EnglishEspañolPortuguês

BEM ESTAR

Estudo revela a relação entre as características físicas de cães e sua expectativa de vida

Fêmeas de pequeno porte e focinho longo tendem a viver mais

2 de fevereiro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
A-
A+
Foto: Ilustração | Freepik

Um estudo da Dogs Trust, ONG inglesa, revelou que, quando se trata de longevidade, raças pequenas de focinho longo são as mais longevas, enquanto as de focinho achatado estão mais propensas a uma morte prematura.

Uma vez levados em consideração o tamanho, formato do rosto e sexo, os pesquisadores descobriram que, no geral, os cadelas pequenas de focinho longo tendiam a ter as maiores expectativas de vida entre as raças puras, alcançando uma média de 13,3 anos. No entanto, raças com focinho achatado tinham uma expectativa de vida de, em média, 11,2 anos, e um risco aumentado de 40% de terem vidas mais curtas do que cães com focinhos de comprimento médio e longo.

“Embora pesquisas anteriores tivessem identificado sexo, formato do rosto e tamanho do corpo como fatores contribuintes para a longevidade canina, ninguém havia investigado a interação entre os três ou explorado a possível ligação entre história evolutiva e expectativa de vida”, disse a Dra. Kirsten McMillan, uma das autoras da pesquisa.

No estudo publicado no Scientific Reports, McMillan e os outros autores relatam como analisaram dados de 584.734 cães puros e sem raça definida, dos quais 284.734 haviam falecido, de 18 organizações diferentes, incluindo ONGs de adoção e bem-estar, registros de raças e empresas de seguros para animais domésticos.

Levando em consideração todas as raças e os cães sem raça definida, a equipe descobriu que a expectativa de vida canina média era de 12,5 anos, sendo que as cadelas viviam um pouco mais do que os machos.

Para aprofundar, a equipe analisou cães de 155 raças puras, descobrindo que cachorros maiores tendiam a ter vidas mais curtas do que os menores, enquanto o comprimento do focinho também importava. De fato, enquanto os salsichas em miniatura tinham uma expectativa de vida de, em média, 14 anos, o número era de 9,8 anos para os buldogues franceses.

Especialistas há muito tempo afirmam que raças braquicefálicas são propensas a uma série de problemas de saúde, incluindo dificuldades respiratórias e problemas de pele. No entanto, é o pastor-do-cáucaso a raça que se revela como o azarão, com uma expectativa de vida mediana de apenas 5,4 anos.

A equipe também descobriu que a expectativa média de vida para raças puras era maior do que para os sem raça definida, 12,7 anos e 12 anos, respectivamente, um resultado que vai contra a ideia de que mestiços podem ser mais saudáveis devido à maior diversidade genética.

Embora a equipe não tivesse dados sobre como os cães morreram, eles esperam que o estudo incentive outros a desvendar os fatores de risco por trás das variações na expectativa de vida. McMillan observou que as diferenças provavelmente se devem a uma mistura complexa de fatores biológicos, como forma do corpo e genética, além de fatores ambientais, como alimentação, exercício e treinamento.

“Em geral, esses resultados ajudam tutoress em potencial, criadores, formuladores de políticas, órgãos financiadores e organizações de bem-estar a tomar decisões informadas para melhorar o bem-estar dos cães”, disse ela. “Mas mais especificamente, acredito que isso oferece uma oportunidade para melhorarmos a vida de nossos companheiros caninos. Estamos identificando grupos que precisam desesperadamente de atenção, para que possamos focar nesses grupos e descobrir qual é o problema.”

    Você viu?

    Ir para o topo