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AÇÃO EMERGENCIAL

Traslado de jacarés é realizado em meio à seca que condena animais à fome no Pantanal

A operação promovida pelo Ibama em parceria com ONGs de proteção animal teve início após serem registradas mortes de animais no bioma

20 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Fernando Faciole

Uma operação emergencial realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em parceria com ONGs de proteção animal tenta dar uma nova chance de sobrevivência para 200 jacarés que sofriam com a fome e a sede nos arredores da Transpantaneira (MT-060), no Pantanal. Vítimas da seca, os animais foram retirados dos locais onde estavam e transportados para áreas com água e alimento.

Servidor do Ibama, Bruno Campos relatou que os jacarés são colocados em um veículo e transportados para locais com até 30 quilômetros de distância. Segundo ele, a seca deste ano tem sido mas rigorosa do que de costume.

“A gente entende que este animal passa por esta situação de seca todos os anos, mas não nesse nível tão dramático. E isso vem em uma sequência de dois anos. É necessário a gente ponderar a necessidade de manejá-los. Lógico que quando você pensa num contexto de população não faz diferença nenhuma. Agora, quando você pensa no indivíduo, na qualidade de vida deste animal, você começa a ponderar que é pertinente tirá-lo daqui e levá-lo para outro lugar”, afirmou o servidor ao jornal El País.

“Devido a quantidade de animais que estão ali, a escassez de água aqui e em outros locais no entorno, a gente resolveu fazer a translocação destes animais e realocá-los em lugares com disponibilidade de água e alimentos para ver se melhora a chance deles de sobrevivência”, completou.

Foto: Fernando Faciole

Ilhados, muitos jacarés se amontoam num mesmo local por não terem condições de suportar a migração para áreas com água e alimento. “Essa seca vem do ano passado e possivelmente vai perdurar pelos próximos dois, três anos. Quando você analisa a situação destes animais tem uma somatização de situações: desmatamento, supressão de água do lençol freático, as queimadas que acaba reduzindo o alimento que ele precisa. No ano passado o rio não entrou aqui por uma série de fatores. Por ele não ter entrado, não teve a disponibilidade de alimento que é normal ano a ano”, explicou o servidor.

Coordenadora do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), a médica veterinária Carla Sássi relatou que foi necessário translocar os jacarés após serem registradas mortes diárias de animais na região.

“Foi feita a análise da água. O resultado foi que este lugar está totalmente impróprio para a sobrevivência destes animais, mesmo eles sendo muito resistentes”, disse Sássi.

De acordo com a veterinária, as mortes registradas foram consequências das condições do bioma. “Todos os dias chegamos aqui e há cinco, seis deles mortos com características de desnutrição e desidratação”, afirmou.

Além do GRAD, as entidades Brigada Norte SOS Pantanal e Ecotrópica também se uniram ao Ibama na operação de resgate aos jacarés. Colocados em uma van climatizada, cerca de 15 jacarés são transportados a cada viagem.

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Foto: Fernando Faciole
Foto: Fernando Faciole
Foto: Fernando Faciole

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