Sandra
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A foto é de uma cadelinha minutos antes de morrer, é o registro de um fato que nós, protetores, já sabemos e que a maioria das pessoas teima em negar – vida de bicho não é aquele glamour e sofisticação que a mídia adora propagar e nossa alienação adora acreditar. Fitinhas, penduricalhos e enfeites mil que só alimentam o narcisismo humano, na verdade, não passam de fantasias para distrair nossa atenção e nos fazer reféns de um consumo inconsequente. Vende-se, dessa forma, a ideia equivocada de que o mundo de cão e gato é pura alegria. Só que não é não. Infelizmente, muitos e muitos bichos, com raça ou sem raça, em casas ricas ou miseráveis, vivem vidas de estresse, medo, solidão e desrespeito. Essa filhotinha é o exemplo vivo dessa alienação. Vítima do descaso de seu dono que, covardemente, a descartou nas mãos de um morador de rua que não consegue cuidar nem de si mesmo, acabou sendo atropelada, teve múltiplas fraturas que causaram sua morte. Ninguém, em sã consciência e com o mínimo de seriedade, faria tal doação. Mas é isso que sempre acontece. Pessoas deixam seus animais procriarem (é tão bonito, dizem elas) e tão logo acaba o desmame saem desesperadas doando filhotes a quem quer que seja. Não importa se o adotante tem ou não condições, pois critério e afeto não estão na parada. O importante é resolver o problema imediatamente. E esse descarte acontece de igual modo com os animais adultos. É alarmante o número de pessoas querendo se desfazer (é esse o termo usado) de animais com quem conviveram por longos anos e as razões são, na verdade, puro egoísmo e desamor. E quando não encontram adotantes, não se intimidam, levam os seus bichos para lugares ermos e os soltam lá, esperando que os mesmos saiam caçando e sobrevivam felizes por conta própria. Animal que sempre teve um lar não sobrevive nas ruas e nem em áreas desertas, se é que elas ainda existem. Eles se tornam vulneráveis, desorientados, acabam virando estorvo para a comunidade e são mortos em brigas ou por atropelamento. E, mesmo que encontrem uma alma decente que se proponha a lhes dar restos de comida e um pouquinho de carinho, a violência do abandono, a ruptura dos laços afetivos são traumas insuperáveis que acabam levando-o à morte.
A mocinha da foto, na sua dor, minutos antes de morrer, deve se manter viva como um símbolo de um tempo de inconsciência que já está na hora de acabar. É preciso castrar, é preciso doar responsavelmente, é preciso adotar amorosamente, é preciso cuidar efetivamente, é preciso punir seriamente quem maltrata e quem abandona seus bichos. E, por último, é preciso não sustentar o comércio de animais.
Cão e gato é vida e como tal não deve ser objeto de comércio.
GAAR/Campinas
8128-6821
GAAR (Grupo de Apoio ao Animal de Rua)
Campinas-2009
http://www.adoteumgatoemcampinas.com
Seja responsável, animal não é brinquedo que pode ser descartado quando cresce ou você se cansa dele.
São seres vivos, precisam do nosso amor e carinho.