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Tráfico de animais retira 38 milhões de espécies da natureza

15 de julho de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Pássaros silvestres mantidos em cativeiro foram recuperados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública, na última terça-feira, dia 7, em Campo Grande (MS). Os 14 canários-da terra, os dois sabiás e mais dois curiós recuperados foram levados para um centro de reabilitação de animais, para que fossem avaliados por biólogos e devolvidos ao seu habitat. “Felizmente estes animais foram salvos antes de serem vendidos. Mas, lamentavelmente, estima-se que cerca de 38 milhões de animais são retirados da natureza e comercializados no Brasil, por ano”, diz Eliézer José Marques, presidente do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira maior atividade ilícita praticada no mundo, perdendo apenas para o tráfico de armas e de drogas. E, no Brasil, acredita-se que o comércio de animais silvestres movimente cerca de 2,5 bilhões de dólares por ano. “Além de todo o sofrimento que os animais capturados para o comércio sofrem desde sua captura até que sejam vendidos, e depois pela falta de cuidados especiais e adequados para sua sobrevivência, o tráfico de animais silvestres ocasiona um terrível desequilíbrio ecológico, colocando muitas espécies em risco de extinção a médio e longo prazo”, diz o presidente do CRBio-01. E as espécies raras são justamente as que se tornam mais desejadas pelos criminosos.
As aves são os animais silvestres mais capturados para o comércio no nosso país. Os psitacídeos (papagaios e periquitos) são as espécies que lideram essa lista. “As pessoas gostam muitos dessas espécies por elas terem a capacidade de reproduzir o que falamos. Mas, por mais que a intenção seja de cuidar bem do animal, as pessoas precisam ter consciência de que adotá-las como animal doméstico pode causar sofrimento a elas. Por solidão, espaço físico reduzido, alimentação inadequada, dificuldade de reprodução. Além do risco de pegar alguma doença que não oferece sério risco à saúde dos homens mas que pode ser fatal aos animais, como uma simples gripe”, alerta o biólogo.
Marques também lembra que o comércio de animais silvestres é crime ambiental, de acordo com a Lei nº 9.605/98, que prevê aos infratores prisão de seis meses a um ano, além do pagamento de multa. O homem preso em flagrante em Campo Grande com as 18 espécies em cativeiro pagou uma multa estipulada em R$ 9 mil. “Uma das principais armas de combate a este crime é a denúncia. É importante que a população avise as autoridades sempre que souberem ou suspeitarem de algo”, avisa o presidente do CRBio-01. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) pode receber denúncias por telefone (0800-618-080) ou por e-mail ([email protected]).
Fonte: Maxpress

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