Por Raquel Soldera (da Redação)
Enquanto as touradas vão perdendo espaço na Espanha, a rinha de touros vai ganhando popularidade no Japão, na contramão da evolução dos direitos animais.
Os touros são obrigados a se enfrentarem em um ringue, enquanto uma espécie de árbitro, chamado “Seko”, acompanha a luta.
De acordo com informações divulgadas no site espanhol Reuters, as lutas no Japão têm um significado “quase religioso”, conforme relata o professor da Universidade de Tokyo, Yutaka Suga, pesquisador da tradição desportiva.
A maior parte dos responsáveis pelos touros compõe-se de agricultores, que, além de explorar os animais nas rinhas, os obrigam a transportar suprimentos e a “ajudar” nas atividades agrícolas.
O maior desafio dos sádicos fãs de “Tsuno-tsuki” é manter o interesse da população nesta atividade que chamam de “esporte” e que alcançou o título de importante propriedade cultural pelo governo japonês, em 1978. Isso porque é cada vez mais crescente a conscientização das pessoas em relação aos maus-tratos, exploração e crueldade a que os animais são submetidos diariamente, em diversas atividades, criadas e promovidas por seres humanos.
Espera-se que o povo japonês tome como exemplo a recente abolição das touradas na Catalunha e promova a abolição das lutas de touros, contribuindo para que os animais parem de ser explorados em atividades absurdas, que não podem continuar sendo consideradas culturais, visto que são completamente ultrapassadas, responsáveis pela tortura e sofrimento de animais.