Mas para onde é que vai o calor? Quanto calor extra existe? Quão precisas são as nossas medidas? Estas são questões que os cientistas especializados em clima fazem.
Se pudermos responder a essas perguntas, ficaremos mais preparados para um futuro com um clima muito diferente e isso nos ajudará a prever qual será esse clima.
A medida mais importante do aquecimento global está nos oceanos. O “aquecimento global” é realmente “um aquecimento oceânico”. Para medir a mudança climática dos oceanos, são necessários vários sensores espalhados por todo o globo desde a superfície marinha até as profundezas das águas. É preciso ter medidas que se refiram a décadas para que uma tendência em longo prazo possa ser traçada..
Essas dificuldades são abordadas pelos oceanógrafos e um avanço significativo foi apresentado em um artigo publicado na revista Climate Dynamics. O estudo analisou três diferentes medidas de temperatura do oceano realizados por três grupos diferentes. Foi revelado que, independentemente de quais informações foram usadas ou onde foram coletados, os oceanos estão se aquecendo.
No artigo, foram descritos os três fatores, possivelmente mais importantes, que afetam a precisão da temperatura do oceano. Primeiro, os sensores podem ter tendências (eles podem ser “quentes” ou “frios”), e esses distúrbios podem mudar com o tempo, segundo o The Guardian.
Um exemplo disso foi identificado na década de 1940. Muitas medições da temperatura do oceano foram realizadas com baldes que continham água de navios. Os sensores colocados nos baldes forneciam a temperatura da água. Então, uma nova abordagem de detecção de temperatura começou e as temperaturas foram medidas com sensores colocados nos casco das embarcações. Porém, as medidas do balde são ligeiramente mais frias do que as dos sensores do casco, que ficam mais próximos ao motor do navio.
No último estudo, os pesquisadores não apenas questionaram quanto os oceanos estão se aquecendo, mas como o aquecimento se difere em várias áreas (bacias oceânicas) e diversas profundidades.
Foi concluído que cada bacia do oceano aqueceu significativamente. Ainda assim, existem algumas diferenças. Por exemplo, nas profundidades dos oceanos de 300 a 700 metros nos oceanos do Pacífico e do Sul, existem diferenças significativas. O fato central é que, independentemente de como se mede, quem faz isso ou quando a medição é feita, as evidências mostram um aquecimento cada vez mais rápido.