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MÉTODO SUBSTITUTIVO

Tecidos de animais impressos em 3D já reproduzem funções vitais

6 de abril de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

A impressão de órgãos em 3D cresceu, ganhou funcionalidades além de enxertos humanos e alcançou a proteção animal. Com a evolução da tecnologia, tecidos de pele, intestino e fígado passaram a protagonizar testes de segurança da indústria de cosméticos e até manipulação de alimentos para confecção de substitutos da carne nos crescentes mercados vegetariano e vegano.

Em operação no Brasil, um aparelho semelhante a uma antiga fita cassete reserva espaço para os tecidos humanos reconstruídos, onde são nutridos com líquido que simula corrente sanguínea. A partir da composição, farmacêuticas avaliam a toxicidade de produtos em desenvolvimento sem a necessidade antiga e cruel de teste na prática em animal vivo. O dispositivo tem o nome de body-on-a-chip (BoC). Essa é a mais promissora das técnicas que substituem os testes de segurança e eficácia de produtos de beleza, higiene e perfumes com cobaias animais, proibidos desde março do ano passado.

Os tecidos recriados também evoluíram na capacidade de reproduzir funções dos órgãos originais — as células do intestino apresentam capacidade de formar barreira com camada externa (epitélio) e liberação de muco, enquanto o fígado produz bile, responsável pela absorção de gorduras, e realiza processo de desintoxicação.

Já a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia começou usar a técnica do 3D em testes de transformação de produtos vegetais, como farinha de soja, feijão e grão-de-bico, em filés de peixe. A ideia é expandir para criar opções para os mercados vegetariano e vegano.

Imprimindo órgãos

A reprodução de tecidos segue o princípio da impressão 3D tradicional para recriação de organismos vivos. Em vez do material plástico injetado para confecção de objeto, como no processo convencional, utiliza-se seringa, que deposita mistura de células com solução de colágeno sobre placas apropriadas. O computador transmite à impressora coordenadas de dimensão e formato do órgão ou tecido, que é construído em camadas.

O intestino, por exemplo, fica nos compartimentos da placa, que é mantida em incubadora a 37ºC durante 21 dias. É o período necessário para que as células formem a barreira intestinal, que absorve nutrientes e produz muco. As células de pele ficam 10 dias em incubação para adquirirem formato definitivo. Já os tecidos de fígado são produzidos manualmente com células mergulhadas em solução de agarose. Ficam cinco dias na incubadora até que formem agregados circulares.

Fonte: Isto É

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