Depois de testar a corrente sanguínea dos animais em vários locais ao longo do trecho do recife, pesquisadores da Universidade de Queensland descobriram que as tartarugas possuíam uma série de drogas comuns em seus sistemas. Exemplos são a milrinona, usada para problemas cardíacos, produtos de limpeza doméstica, cosméticos e centenas de milhares de outros produtos químicos industriais, como pesticidas e herbicidas.
“O preocupante é que existem mais produtos químicos que não conseguimos identificar do que os produtos que podemos”, disse Amy Heffernan, co-autora do estudo.
“Existe um novo produto químico registrado para uso a cada seis segundos, de modo que as bibliotecas e os bancos de dados usados para identificar esses produtos químicos simplesmente não conseguem acompanhar”, acrescentou.
Alguns dos sinais mais evidentes de danos à saúde das tartarugas foram a inflamação e a disfunção hepática. Porém, a extensão do impacto permanece desconhecida, informou o Ecowatch.
“Os seres humanos têm colocado muitos produtos químicos no meio ambiente e nem sempre sabemos o que são e o efeito que eles possuem. O que você derruba sua pia, pulveriza em suas fazendas ou nas indústrias acaba no meio marinho e nas tartarugas da Grande Barreira de Corais”, disse Heffernan.
O que se sabe é que o recife sofreu um pouco de pressão nas últimas décadas devido às mudanças climáticas. Com a pesca, o despejo de resíduos e o aumento dos níveis de pH que resultam no branqueamento massivo e na morte de corais, o habitat das tartarugas corre o risco de ser extinto.
Uma dose forte de substâncias estranhas é apenas um detalhe. A pesquisa é apenas um elemento de um estudo maior financiado pelo World Wildlife Fund, que trabalha para descobrir melhores práticas de gestão para as tartarugas e todos os animais selvagens nos recifes.