O número de tartarugas nascidas no projeto Tamar alcançou um recorde neste ano. Na temporada que começou em setembro passado e terminou em maio deste ano nasceram mais de 2 milhões de filhotes nas praias brasileiras. É a maior quantidade alcançada na história do projeto, que teve início em 1980 com o objetivo de proteger as cinco espécies de tartarugas marinhas que vivem no País.
Depois de um período de 20 anos de esforços para melhoramento das técnicas e ampliação da área de atuação, o processo de reprodução deslanchou e nos últimos anos teve um crescimento exponencial.
Neste ano nasceram 250 mil filhotes a mais que na temporada anterior e 800 mil a mais que na retrasada. Uma em cada mil consegue vingar.
A tartaruga mais bem sucedida foi a oliva (Lepidochelys olivacea), característica do Sergipe, com um aumento de quase 12.000% no número de filhotes desde os anos 80.
Segundo Guy Marcovaldi, coordenador geral do Tamar, o bom resultado se deve a um empenho excepcional da equipe do Sergipe, ao fato de que a espécie atinge a maturidade mais cedo e às areias do Estado serem mais férteis para a incubação dos ovos.
A espécie que menos se espandiu é a tartaruga de couro, ou gigante (Dermochelys coriacea), típica do Espírito Santo. Considerada criticamente ameaçada na lista de espécies ameaçadas no Brasil, ela é a maior do País, chegando a 800 quilos. A oliva chega a no máximo 60 kg.
“Apesar de a recuperação das tartarugas estar numa escala muito boa, em apenas 34 anos de atuação não dá para desfazer todo o malfeito de cinco séculos”, afirma Marcovaldi.
Fonte: Estadão