Um episódio inusitado surpreendeu moradores do bairro Ilha da Figueira, em Jaraguá do Sul (SC). Uma tartaruga foi encontrada por operários da Secretaria de Obras que trabalhavam na instalação de galerias da rua José Theodoro Ribeiro, mas o recolhimento do animal não foi feito de acordo com o procedimento padrão indicado pela Prefeitura.
A presidente da Associação de Moradores do Boa Vista, Cristiane Balduíno, diz que depois que a tartaruga foi encontrada, as máquinas foram desligadas e funcionários perguntaram quem gostaria de ficar com o animal. Um popular garantiu que faria o encaminhamento aos órgãos responsáveis. Mas a pessoa soltou a tartaruga nas encostas do Rio Itapocu, lugar impróprio para a espécie.
Segundo o presidente da Fujama (Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente), César Rocha, a fundação não recolhe animais silvestres, por isso, os casos são dirigidos para a Prefeitura. Para esse atendimento, há apenas um profissional. O responsável é o biólogo Ulisses Sternheim, que também trabalha na Diretoria de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Agricultura. Ele conta que não recebeu nenhum chamado dos operários da Secretaria de Obras que encontraram o animal, nem da população.
“O animal foi solto em lugar impróprio, porque é uma espécie exótica, não faz parte do nosso ambiente. Já não há mais como fazer o resgate. Deveria ter ido para um criadouro ou reserva, já que pode desequilibrar o meio ambiente, comendo peixes, espantando répteis, além de colocar ovos que podem gerar a reprodução na cidade”, afirma. O biólogo conta que a espécie encontrada (a tigre-d´água – uma tartaruga de aquário) provavelmente cresceu e foi abandonada.
Ulisses orienta que, ao encontrar animais silvestres, a população deve ligar para a ouvidoria da Prefeitura, nos números 156 (das 7h30 às 17h), 199 (fora do horário de expediente) e no 0800-642-0156 (para ligações feitas de celular). Os animais são recolhidos, tratados e libertos no habitat natural.
O diretor de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura, Alcides Donat, afirma que esse foi um caso raro e que as obras não precisaram de concessão de licença ambiental da Fujama, já que os procedimentos não fazem parte da lista de atividades causadoras de degradação ambiental, contida em resolução do Consema (Conselho Estadual de Meio Ambiente).
Fonte: O Correio do Povo