Treze gramas de lixo, entre fragmentos de nylon, fios e plástico duros, foram expelidos pela tartaruga
Uma tartaruga-verde resgatada na Argentina passou a defecar plástico durante semanas. O animal, salvo por Roberto Ubieta, de San Clemente del Tuyú, foi encaminhado para a Fundacíon Mundo Marino.
Desde que foi resgatada, em 29 de dezembro, a tartaruga tem produzido fezes com plástico. Nos excrementos do animal foram encontrados fragmentos de nylon, fios e plástico duros. Até o dia 24 de janeiro, 13 gramas de plástico foram expelidos, e não se descarta a possibilidade de mais lixo aparecer nas fezes nos próximos dias. As informações são da revista Galileu e da Fundação Mundo Marino.
“Através de chapas de raio-X, pudemos ver corpos estranhos dentro [do animal]”, explicou Ignacio Peña, veterinário da Fundação Mundo Marino. “Portanto, iniciamos o tratamento com um medicamento que favorece seus movimentos peristálticos [movimentos do trato digestivo] e permite eliminar o que observamos nos exames”, completou.
De acordo com a Fundacíon Mundo Marino, o caso não é isolado. Em janeiro de 2019, outra tartaruga foi encontrada morta por Roberto Ubieta e na autópsia foram encontrados diferentes tipos de plástico no sistema digestivo do animal. Cinco dias depois, mais uma tartaruga foi resgatada e expeliu fragmentos de sacolas de nylon.
As tartarugas-verdes estão ameaçadas de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza.
Estes animais consomem plástico ao confundi-los com medusas e fauna gelatinosa, que são seus alimentos. O lixo pode causar asfixia e enfraquecer o animal gradualmente.
“Além disso, uma grande quantidade de gás pode ser gerada em seus organismos, por causa do plástico acumulado. O que afetaria sua capacidade de mergulhar, tanto para se alimentar quanto para encontrar temperaturas adequadas”, explicou a bióloga e gerente de conservação da Fundação Mundo Marino, Karina Álvarez.