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SAÚDE

Solidariedade no mundo animal também pode salvar vidas

Bancos de sangue específicos para animais não são novidade, mas enfrentam um problema já conhecido pelos humanos: a falta de doações

23 de julho de 2023
3 min. de leitura
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Para doar sangue, o cachorro deve ter entre um e oito anos de idade e pesar mais de 25 quilos. Foto: Carlos Queiroz| DP

Já parou para pensar o que é feito quando um animalzinho precisa de sangue para algum procedimento cirúrgico? A maioria das pessoas desconhece, mas muitas clínicas possuem banco de sangue para atender os animais e o seu pode ser um doador.

Em Pelotas, o Centro de Diagnóstico Veterinário realiza a coleta de sangue de cachorros e felinos. O banco, que surgiu através da clínica ProntoPet, também atende outros estabelecimentos do Município.

Assim como para os humanos, um dos maiores problemas enfrentados é a falta de estoque nos bancos sanguíneos para atender a demanda de maneira tranquila. O veterinário Humberto Zanusso explica que em alguns meses consegue-se dez doadores, outros nem isso, enquanto o ideal seria em torno de 30. Nesse caso, além da falta de informações sobre a ação, também há receio quanto às manobras utilizadas no animal.

Um diferencial é que até mesmo facilitaria o processo de permanência de estoque é que para cães e felinos não há um banco com tipos sanguíneos especificados “hoje são mais de 20 tipos, então toda transfusão a gente faz um teste de compatibilidade através do nosso laboratório”, detalha.

Para garantir que o animal está saudável para doar, são realizados diversos exames. Nesse caso, a clínica oferece esse check up de forma gratuita, além da aplicação anual da vacina da raiva e de uma micro chipagem para identificação dos mesmos. A ideia é oferecer benefícios ao doador e os tutores a realizarem a boa ação.

Segundo o veterinário, é mais difícil ainda conseguir doações de sangue de gatos. “A gente entende que os tutores de felinos não querem levar os mesmos em ambientes no qual podem se estressar ou algo do tipo. Então a dificuldade é muito maior, a gente geralmente só consegue em momentos de urgência”, relata.

Uma das estratégias é manter um banco de dados atualizado a partir das consultas que são realizadas na clínica, assim, em caso de urgência ou falta de estoque, os profissionais entram em contato com os tutores perguntando sobre a possibilidade. Outra são as parcerias realizadas, por exemplo, com o Presídio Regional de Pelotas, que disponibiliza os seus cães para a ação.

Para o animal que recebe a doação, essa ação pode ser a sua salvação. Isso porque a transfusão pode se fazer a partir de vários problemas como anemia, hemoparasitoses e acidentes que podem levar à hemorragia, como atropelamentos e outros.

Especificidades

Para poder realizar uma doação, cada animal precisa estar dentro de alguns padrões. O cachorro deve ter entre um e oito anos de idade, e pesar mais de 25 quilos. Além disso, é indispensável estar com todas as vacinas em dia e não fazer uso de medicação contínua. Também não pode estar com parasitas como pulgas ou carrapatos. O ideal é que a doação ocorra a cada três meses, ou seja, quatro vezes ao ano.

Já os gatos precisam ter entre um e sete anos, e pesar mais de cinco quilos. Assim como os cães, devem estar devidamente vacinados, vermifugados e sem parasitas. Para esses também é necessário teste negativo para FIV e FeLV, vírus que causam imunodeficiência felina.

“Aqui em Pelotas a FeLV é uma doença endêmica, muito disseminada, a cada dez que testamos, sete são positivos, então é indispensável ter esse cuidado”, explica o veterinário Humberto Zanusso.

Fonte: Diário Popular

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