Por falta de recursos, animais moradores do abrigo localizado às margens do quilômetro (km) 1 da Rodovia Ângelo Rena, de responsabilidade da Sociedade Protetora dos Animais Abandonados de Presidente Prudente (SPAA), estão morrendo. Em um mês, dez cachorros contraíram cinomose e morreram. O problema pode se estender aos outros bichos, visto que a entidade não carece de verba para tratamento.
Para piorar a situação, segundo a presidente da instituição, Elisa Niedo dos Santos, há cerca de três meses a instalação elétrica do local foi roubada e a conta de luz está com débito de R$ 1 mil. “Nós nos viramos como podemos, por meio de doações e da própria contribuição dos envolvidos na sociedade. Mas isto não é suficiente para mantermos os trabalhos”, argumenta Santos.
O local tem capacidade para 300 animais, mas, devido à falta de recursos, somente onze cachorros e nove gatos estão sob cuidados da sociedade. Os cães, segundo Santos, possivelmente contraíram cinomose. “Não temos como levar todos ao veterinário. Nós higienizamos as baias, mas só isto não resolve. O poder público poderia se sensibilizar com a causa”, pede.
A Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) esclarece que para a entidade requerer subvenção é necessário apresentar um projeto orçamentário, mas salienta que na possibilidade legal, se tudo estiver correto, a verba só entraria no orçamento de 2015.
Conforme já noticiado por O Imparcial, a entidade passa por dificuldades desde sua fundação, em 2001. Segundo Santos, a situação começou a melhorar quando, em 2004, um terreno foi doado pelo Executivo à entidade. Por meio de doações e eventos, a entidade começou as obras, mas o montante não foi o suficiente. Desta forma, a construção das 18 baias foi retomada quando uma multa ambiental de R$ 180 mil foi revertida à SPAA. Santos diz que R$ 120 mil foram repassados e que o restante está aos cuidados da Justiça.
Vale lembrar que o projeto foi uma parceria entre a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Sosp) e SPAA, e que a ajuda da Prefeitura de Prudente foi possível depois que a organização não-governamental (ONG) adquiriu o título de utilidade pública, em 2011. Na ocasião, a Sosp arcou com a mão de obra e a entidade com o material necessário.
Por sua vez, o diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), veterinário Célio Nereu Soares, explica que não é de competência do centro o tratamento de cinomose e que, dentro da possibilidade legal, dá apoio à sociedade com os serviços de castração e vacinação contra à raiva. “É fundamental que a entidade tenha um médico responsável. Cinomose se previne com vacinação. Isto é questão de planejamento”, argumenta.
Fonte: O Imparcial