No dia 18 de junho vai acontecer um seminário na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo com o título “Leishmaniose: matar animais resolve?”. O evento é uma iniciativa do deputado Feliciano Filho e vai contar com a presença de diversos veterinários e especialistas da área.
A idéia do seminário surgiu após um levantamento sobre a doença nos órgãos que controlam zoonoses em São Paulo. Ao visitar cidades endêmicas de leishmaniose, a equipe responsável pela pesquisa constatou que as prefeituras desss lugares utilizam-se da desculpa da doença para promover a matança indiscriminada e sistemática de animais.
O Decreto Federal do senado, nº 51.838, de 14 de março de 1963, condena todos os animais com suspeita de leishmaniose visceral canina a serem mortos e, como se não bastasse, uma portaria interministerial nº 1.426, de 11 de julho de 2008, proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou não registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O Estado de São Paulo possui uma lei (12916/08) que proíbe a matança de animais sadios nos CCZs, Canis Públicos e Congêneres e obriga um exame de sangue comprobatório para animais com doenças infectocontagiosas para seres humanos e outros animais. No entanto, não vê-se a lei ser cumprida.
Essa realidade de descaso e irresponsabilidade com os animais vítimas de leishmaniose só é vista no Brasil. O país é o único no mundo que não trata a doença nos bichos. A utilização da vacina em animais só é permitida em área endêmica, portanto não há como prevenir e proteger os animais.
Confira a programação do seminário:
Aspectos éticos e técnicos da leishmaniose visceral canina no Brasil e no Mundo: Vítor Márcio Ribeiro (médico veterinário) – professor da PUC-MG, Mestre e Doutor em LVC.
Enfrentamento jurídico no tratamento da leishmaniose visceral canina: Sérgio Cruz (advogado) – membro da Comissão do Meio Ambiente da OAB/MG e advogado da Ação Civil Pública da ANCLIVEPA-Brasil.
Manifestações clínicas e ciclo epidemiológico: Fábio Nogueira (médico veterinário) – professor da Fundação Educacional de Andradina/SP, Mestre e Doutor em Leishmaniose.
Mitos e verdades relacionados ao tratamento da leishmaniose visceral canina: André Luis Soares da Fonseca (médico veterinário e advogado) – professor de Imunologia e Imunoclínica e Genética Médica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, especialista em Direito Civil e Processual Civil, mestre em Imunologia das Leishmanioses pela USP/SP e doutorando da USP/SP.
Epidemiologia daleishmaniose visceral canina e implicações do cão como vetor: Carlos Henrique Nery Costa (médico epidemiologista) – consultor do Ministério da Saúde (PI), professor da Universidade Federal do Piauí, doutor em Saúde Pública pela Tropical Harvard University.
Controle e prevenção da leishmaniose: Marcio Antoninio B. Moreira (médico veterinário) – dedicado ao diagnóstico laboratorial das doenças; graduado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP – Araçatuba); Mestre em Fisiopatologia pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), pesquisando o diagnóstico da leishmaniose visceral canina; pesponsável pelo Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi (HOVET-UAM); Pesquisador do Laboratório de Patologia Animal da UNESP.
CRMV – Posicionamento em relação ao assunto: Prof. Dr. Silvio Arruda Vasconcellos (conselheiro efetivo)
Serviço:
Seminário “Leishmaniose: matar animais resolve?”
Quando: 18 de junho
Horário: 9h às 18h30
Onde: Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Avenida Pedro Álvares Cabral, 201) – Auditório Franco Montoro e Auditório Teotônio Vilela
Mais informações e inscrições, clique aqui.