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Secretaria-executiva de Direitos Animais é alvo de queixas na Câmara do Recife (PE)

21 de maio de 2015
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Correligionária de Rodrigo Vidal, a vereadora Isabella de Roldão criticou a periodicidade dos mutirões nas comunidades e afirmou que os animais direcionados para feiras de adoção não são castrados. Foto: Câmara do Recife/Divulgação
Correligionária de Rodrigo Vidal, a vereadora Isabella de Roldão criticou a periodicidade dos mutirões nas comunidades e afirmou que os animais direcionados para feiras de adoção não são castrados. Foto: Câmara do Recife/Divulgação

A atuação da secretaria-executiva de Direitos dos Animais (Seda) da Prefeitura do Recife foi duramente criticada pelos vereadores oposicionistas da Câmara Municipal na tarde de quarta-feira (20). A postura do vereador licenciado Rodrigo Vidal (PDT), que está à frente da pasta desde 2012, também foi questionada pelos legisladores da Casa José Mariano. Nem sua correligionária, a vereadora Isabella de Roldão, poupou críticas ao trabalho desenvolvido pela secretaria.
Inclusive foi a própria Isabella quem deu início ao debate. Ela foi ao plenário questionar a ausência de Vidal na audiência realizada na manhã de quarta, que discutiu a situação dos animais na cidade do Recife. “Conversei com o secretário pessoalmente, antes de marcar a audiência, e avisei que iria chamá-lo. Ele disse que não haveria problemas, mas infelizmente não compareceu ao encontro”, queixou-se, afirmando que a postura mostra um desrespeito aos militantes da causa dos animais.
Em seguida, a pedetista criticou algumas ações desenvolvidas pela Seda. “São 11 veterinários trabalhando naquela secretaria e há apenas um mutirão por mês. Efetivamente, o que está sendo feito?”, questionou, afirmando também que os animais utilizados nas campanhas de adoção não são castrados. “É o mínimo de critério que a secretaria deveria ter para as famílias que vão receber esses animais”.
Os petistas Osmar Ricardo e Jurandir Liberal fizeram coro às críticas de Roldão. “A gente anda nas ruas e vê os animais constantemente abandonados. Existem leis que não estão sendo cumpridas”, afirmou Osmar. Ele ainda ironizou a construção do hospital veterinário da cidade, autorizada no início do mês pelo prefeito Geraldo Julio (PSB). “Vai ser tão pequeno que não vai caber sequer um cavalo”. Osmar ainda acrescentou que há um “descompasso” de Vidal com a Câmara. “Isso mostra que ele exerce apenas uma fantasia que o prefeito fez uso para que ele se tornasse secretário”, disparou.
Jurandir Liberal, por sua vez, lembrou que nas eleições municipais, em 2012, uma das bandeiras políticas de Vidal era a defesa dos direitos animais. “Se ele tava com todo esse interesse, e muita gente votou nele por conta disso, ele deveria fazer um bom trabalho. E para que ele faça um bom trabalho, no mínimo é preciso dar satisfação a esta Casa”. Liberal ainda afirmou que o secretário “soube ser ágil” para aprovar a lei que proíbe veículos de tração animal no Recife. “Faz mais de um ano (que ela está em vigor) e não houve nenhuma ação da secretaria”.
“Discussão política e eleitoreira”, alfineta governista
O tucano Wanderson Florêncio saiu em defesa da secretaria e deu a entender que Isabella estaria utilizando os animais para fazer “discussão política e eleitoreira”. “Não estou preocupado se o secretário veio ou não, e sim com a construção do hospital veterinário que será um marco na luta dos defensores dos animais. Fico triste quando o debate resvala para uma questão política”, disparou.
O vereador Almir Fernando (PCdoB), assim como o líder do governo na Casa, Gilberto Alves (PTN), também defenderam as ações da secretaria. “O hospital vai ter mais de 10 mil metros quadrados. Além disso, a prefeitura criou essa secretaria executiva justamente para atender à reivindicação da sociedade e colocou um vereador que era apoiado pela maioria dos eleitores”, disse Almir. Ele também argumentou que a secretaria vem trabalhando no sentido de fazer a castração de animais que vão para as feiras de adoção.
Os vereadores Gilberto Alves (PTN) e Vicente André Gomes (PSB) lembraram que Rodrigo Vidal não tinha a obrigatoriedade de participar da audiência, uma vez que ele havia sido convidado. “Os secretários têm o compromisso de comparecerem quando são convocados, o que não aconteceu”, esclareceu Vicente. “Na ausência de um secretário, é de praxe sempre mandar um representante. Seja um diretor, gerente ou qualquer outro cargo”, complementou Alves.
Fonte: Diário de Pernambuco

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