Por Marcela Sini do Prado (da Redação)
O SeaWorld contratou um lobista relacionado à indústria do ramo de energia para combater uma lei recentemente apresentada, que proibiria a performance de orcas em parques aquáticos.
Pete Montgomery, da Montgomery Consultoria, foi ao mesmo tempo diretor de questões governamentais pela BP North America e chefe de assessoria do ex-senador Bruce McPherson, Santa Cruz.
Scott Wetch, influente lobista representante dos interesses do trabalho e da indústria de vinho, estará entre os subempreiteiros. Antes, Wetch foi importante assistente do ex-senador Mike Thompson, democrata da região vinícola da Califórnia, o qual se encontra atualmente no Congresso.
Em seu documento requerido legalmente pelo Secretário de Estado, Montgomery descreveu os interesses do SeaWorld como “questões gerais de negócio – questões de turismo, marketing e questões sobre os direitos animais.”
Sua atual lista de clientes inclui a California CCS Coalition, que atua na regulamentação do aquecimento global e em projetos de apreensão de carbono. O grupo é composto pela Sempra Energy, Southern California Edison, Western States Pretoleum Association, Shell Oil, e Hydrogen Energy California, entre outros.
Ele também representa a NRG Energy de Carlsbad, a Chevron e a Archer Daniel Midland, uma corporação internacional de processamento de alimentos com sede em Illinois.
O papel de Montgomery será o de convencer os legisladores a rejeitarem o projeto de lei nº 2140 da Assembleia, que foi adotado em resposta ao controverso documentário Blackfish, em que a morte de Dawn Brancheau, treinadora no parque de Orlando, é mostrada. Brancheau foi puxada para o interior da piscina pela orca Tilikum e se afogou.
“Não há justificativa para prosseguir com a exibição de orcas mantidas em cativeiro para fins de entretenimento,” disse o deputado Richard Bloom, Santa Monica, quando apresentou o projeto. “Essas lindas criaturas são muito grandes e muito inteligentes para ficarem confinadas em pequenos tanques de concreto durante toda vida.”
A medida foi elaborada a fim de: cessar a utilização de orcas em performances de shows temáticos, acabar com a criação em cativeiro e proibir a importação e exportação das chamadas baleias “assassinas”.
O SeaWorld emitiu a seguinte resposta, em parte, após a lei ser revelada:
“O SeaWorld, um dos zoológicos mais respeitados do mundo, já opera sob múltiplas leis federais, estaduais e locais de saúde animal. Além de ser um dos membros mais respeitados da comunidade empresarial, o SeaWorld também é um líder global do bem-estar no ramo animal e zoológico. Nós somos profundamente comprometidos com a saúde e bem estar de todos eles e as baleias assassinas não são exceções. Nossos funcionários apaixonados são verdadeiros defensores dos animais – cientistas, pesquisadores, veterinários, treinadores, biólogos marinhos, educadores, aquaristas, aviculturistas e conservacionistas pioneiros que, por 50 anos, cuidaram deles no SeaWorld e também salvaram milhares de animais selvagens machucados, doentes ou órfãos. Nós nos engajamos em práticas comerciais que são responsáveis, sustentáveis e refletem equilíbrio dos valores que todos os americanos partilham.”
Os termos do contrato não foram imediatamente divulgados. A data para sua contratação foi no dia 10 de março.