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Saiba o que está sendo feito para conter o vazamento de óleo, nos EUA

1 de maio de 2010
4 min. de leitura
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Na sexta-feira (30), enquanto as primeiras manchas de óleo chegavam à costa da Louisiana e os primeiros pássaros eram limpos por voluntários, a BP marcou o fim de outra semana de fracasso na contenção da fonte do vazamento. Enquanto isso, investigações sobre a causa da explosão e do incêncio continuam. Aqui vai um compêndio sobre o que deu errado.

Autoridades dos Estados Unidos lutam contra efeitos do vazamento de óleo (Foto: AFP)
Autoridades dos Estados Unidos lutam contra efeitos do vazamento de óleo (Foto: AFP)


O que causou o vazamento?

A plataforma petrolífera Deepwater Horizon, de propriedade da Transocean Inc. e sob contrato com a BP, explodiu e causou um incêndio em 20 de abril, afundando dois dias depois. A explosão feriu 17 trabalhadores da plataforma e outros 11 estão desaparecidos e dados como mortos. O poço tem vazado óleo desde então.

A causa da explosão é conhecida?

Não. Várias investigações foram abertas pela BP (anteriormente conhecida como British Petroleum) e diversas agências federais. Um possível suspeito: a empresa Halliburton. Um processo apresentado esta semana por um técnico ferido na plataforma diz que a Halliburton cimentou o poço de modo inadequado. A BP, que pagou milhões em multas por desastres de óleo ou gás nos últimos cinco anos é, em última instância, responsável por todo o custo do vazamento e sua limpeza, que até agora onera em US$ 7 milhões por dia a companhia.

Quanto óleo está vazando?

Difícil dizer. Relatórios iniciais não indicavam qualquer vazamento. Então, no domingo, funcionários da BP disseram que um cano próximo ao leito oceânico estava vazando a uma taxa de mil barris por dia, devido a dois rompimentos. Na noite de quarta-feira, autoridades da Guarda Costeira afirmaram ter encontrado um terceiro rompimento, aumentando o vazamento para cinco mil barris por dia. Se esse número estiver correto, o desastre equivaleria, em menos de dois meses, ao vazamento de 1989 da Exxon Valdez. Um funcionário da BP reconheceu na sexta-feira que todas as estimativas sobre o vazamento são “altamente imprecisas” e a secretária do Departamento de Segurança Doméstica dos EUA, Janet Napolitano, disse a repórteres que eles não deveriam se apegar a números exatos.

A BP fez algo para conter o vazamento de óleo?

A companhia despachou seis submarinos remotamente controlados ao leito oceânico para tentar fechar uma válvula chamada preventor de explosão, ou BOP na sigla em inglês. A válvula deveria ter fechado quando a plataforma explodiu, mas isso não ocorreu. Ninguém sabe por quê. Até agora, todas as tentativas de fechar o dispostivo falharam. Na sexta-feira, o secretário americano do Interior Ken Salazar disse que a BP deve “se esforçar mais, agilizar e ser mais inteligente para cumprir seu trabalho.”

Isso poderia ter sido evitado?

Talvez. Segundo o Wall Street Journal, Noruega e Brasil exigem que plataformas marítimas tenham um dispositivo de desligamento controlado remotamente, chamado válvula acústica, que as equipes podem acionar de um navio para bloquear o fluxo de óleo. Mas o dispositivo não é obrigatório nos Estados Unidos. No entanto, o Wall Street Journal observou, ninguém sabe se o aparelho teria funcionado durante a explosão e o incêndio em Deepwater Horizon.

O vazamento pode piorar?

Sim. Torções no cano estão pressionando o fluxo, como apertar uma mangueira de jardim. O Mobile Press-Register obteve um relatório secreto do governo descrevendo preocupações de que a areia jorrando dos canos com o óleo estivesse erodindo as tubulações. O relatório disse que autoridades da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica temem que se o cano erodir demais, “o fluxo pode sair do controle, resultando num lançamento de volume de magnitude maior do que a anteriormente prevista.”

Existem outras opções para bloquear o vazamento?

A BP vai tentar colocar cúpulas de metal de 100 toneladas sobre os vazamentos e canalizar o óleo para embarcações-tanque. A empresa também vai começar a perfurar o que é conhecido como “poço de alívio” na região, para interceptar o óleo e tapar o vazamento. Isso funcionou num recente vazamento de óleo na Austrália e também no segundo pior desastre marítimo da história, o vazamento da Ixtoc no México em 1979. O poço da Ixtoc vazou por nove meses até que dois poços de alívio fossem perfurados para diminuir a pressão e permitir que o vazamento pudesse ser tapado.

Qual o problema dessas opções?

As cúpulas nunca foram testadas em águas mais profundas que 106 metros, por isso, ninguém sabe se elas vão funcionar. Prepará-las pode exigir pelo menos duas semanas. Quanto ao poço de alívio, ele não será concluído antes de três meses e, enquanto isso, um rio de óleo vai continuar vazando.

Fonte: Terra

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