Depois que cinco de seus nove gatos foram envenenados, o empresário Júlio Crescêncio colocou a casa no bairro Ingleses, em Florianópolis, à venda. Ele diz que os animais foram vítimas de estricnina e chumbinho, este último vendido sem burocracia em uma agropecuária, como constatou a reportagem da RBS TV.
O caso de Júlio é investigado pela Polícia Civil, que já instaurou um inquérito, mas ainda não sabe quem pode ter envenenado os gatos. Com uma câmera escondida, a reportagem comprovou que qualquer pessoa pode comprar a substância.
O repórter entrou em uma agropecuária de Florianópolis e pediu o veneno no balcão. Primeiro, a comerciante acredita se tratar de chumbinho para arma de pressão, mas quando o suposto comprador esclarece, logo ela responde: “Eu tenho, mas não tenho. Porque não pode vender.”
O produto fica escondido dentro de um balcão e custa R$ 10. Ao entregar para o suposto cliente, a comerciante ainda dá dicas de dosagem para se matar um rato, gato ou cachorro. Mas salienta: “Isso aí tu cuida, tá? Dá até questão de polícia. E tu nunca comprou aqui, tu nunca me viu.”
No dia seguinte, a reportagem procurou a comerciante, que primeiro negou vender chumbinho. Depois, ela assumiu o fato e disse não ser a única. Ela mandou que a reportagem procurasse seu advogado, que disse apenas que a cliente não vai se manifestar sobre o assunto.
Penalidade
O gerente da Vigilância Sanitária, Thiago Monteiro, informa que será lavrado um auto de infração contra o estabelecimento, cuja pena pode variar de multa de R$ 125 a R$ 500 mil. Ele explica ainda que o caso é passível de interdição do comércio e que serão notificados os demais órgãos competentes como Ministério Público e policiais Civil e Federal.
O veterinário Moisés Roberto adverte que mesmo uma pequena quantidade de chumbinho é letal, tanto para animais, quanto para seres humanos.
Fonte: Clic RBS