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Âncora do SBT revolta defensores dos animais com opinião especista

28 de julho de 2013
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Por Robson Fernando de Souza (da Redação)

Rachel Sheherazade, como sempre, revolta pessoas que lutam por um mundo melhor com seu moralismo reacionário. Foto: SBT
Rachel Sheherazade, como sempre, revolta com seu moralismo reacionário pessoas que lutam por um mundo melhor. (Foto: SBT)

Famigerada e repudiada por causa de opiniões reacionárias e moralistas sobre os mais diversos assuntos, a comentarista do SBT Rachel Sheherazade agora investiu no polemismo contra a defesa animal, ao fazer, em comentário veiculado no telejornal SBT Brasil da última sexta-feira, uma falsa dicotomia entre o bom tratamento recebido por muitos animais não humanos e a situação de penúria de muitos seres humanos.

Em seu discurso, ela fala de animais prisioneiros de zoológicos que são supostamente bem tratados e protegidos das intempéries do tempo e contrasta a situação deles com os moradores de rua que vêm sofrendo com a onda de frio que invadiu o Centro-Sul brasileiro nessas últimas semanas. Conclui sua fala usando de uma colocação claramente especista, ao dizer de forma repudiadora e raivosa que não admite ver animais não humanos sendo “tratados como gente” e pessoas sendo “tratadas como animais”.

A falsa dicotomia de criticar a causa animal por causa da miséria de seres humanos, como se ambas as questões não pudessem ser tratadas pelas mesmas pessoas e de forma simultânea e interdisciplinar é comum entre formadores de opinião conservadores. Gente como Luiz Felipe Pondé e J. R. Guzzo, também costumeiramente repudiados por suas opiniões contrárias ao bem comum e ao ideal de um mundo melhor, já havia feito esse tipo de “crítica” à proteção animal anteriormente.

O que Sheherazade, Pondé e outras figurinhas do conservadorismo não sabem ou não querem saber é que humanitarismo para animais humanos e não humanos não é um tema monocromático, binário, no qual só poderia haver preocupação ou com os animais humanos ou com os não humanos. O exemplo recente do sopão vegano organizado por estudantes da USP para moradores de rua em São Paulo evidencia que não existe exclusão, mas sim interligação, entre os dois ramos do humanitarismo.

Não existe “ou nós ou eles” nos Direitos Animais, e sim “nós e eles”. Aliás, “nós e eles” nos tornamos simplesmente “nós, os terráqueos”, visto que, ao contrário de pessoas reacionárias, especistas e anti-humanistas como Rachel Sheherazade, os autênticos defensores dos animais não enxergam os animais não humanos simplesmente como “os outros”, muito menos como “aqueles que não são nós” ou seres cujos interesses básicos conflitariam com os nossos, mas sim como sendo “parte de nós”.

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