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TRAGÉDIA

Quase 600 pinguins são achados mortos no Litoral de SC após passagem de ciclone

Pinguins representam a maioria dos animais mortos encontrados nos últimos dias nas praias do Estado

14 de agosto de 2022
3 min. de leitura
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Além de alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores, a passagem do ciclone extropical que atingiu o Centro-Sul do Brasil nesta semana deixou uma pessoa morta no Rio de Janeiro e estragos em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e o Rio de Janeiro.

Em Santa Catarina, cidades decretaram emergência em consequência dos estragos causados pelo vento acima de 100 km/h e a chuva. No mar, a tragédia foi ecológica: a morte de centenas de animais marinhos.

Mais de 600 animais marinhos foram encontrados sem vida nas praias, de pinguins a gaivotas, e incluindo tartarugas e fragatas, a maior parte em praias de Santa Catarina. Os pinguins-de-Magalhães são frequentemente vistos no litoral catarinense nesta época do ano. Os animais foram os mais afetados pelo ciclone devido ao fato de terem dificuldades especiais em escapar das fortes ondas e ventos, visto que são aves que não voam, e respiram fora da água, logo muitos se afogaram.

Durante o período pré, durante e pós-ciclone, os biólogos estimam que os pinguins representam cerca de 90% dos animais mortos encontrados. “As aves conseguem se afastar da tempestade, já os pinguins estão na água o tempo todo”, explica.

Foto: MARTIN BERNETTI/AFP/METSUL METEOROLOGIA

Até sexta-feira (12), 622 animais à beira da praia foram encontrados, sendo apenas 24 sobreviventes. A maior parte deles estava na região da ilha em Florianópolis, com 350 espécies. Foram encontrados cerca de 590 pinguins mortos. A informação é do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (PMP-BS), órgão que presta atendimento veterinário em cinco áreas do litoral do Estado.

De acordo com o biólogo, o surgimento de animais nas praias é maior durante a ocorrência do ciclone devido aos fortes ventos do oceano em direção à terra, que os transportam. Geralmente os que mais aparecem são aqueles debilitados ou que apresentam decomposição avançada.

Caso um animal marinho seja encontrado no litoral catarinense, o que ainda pode acontecer nos próximos dias, a recomendação é ligar para o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) pelo número 0800 642 3341. Os técnicos recomendem preservar a integridade das espécies e manter a distância e auxiliar no isolamento da área, evitar contatos entre animais de estimação e os silvestres, além de não tirar fotos com flash, oferecer-lhes comida ou forçá-los a retornar para a água.

Foto: CIRA/CSU

Em Santa Catarina, estações meteorológicas em Santa Catarina registraram rajadas de vento no dia na quarta de 112 km/h em Urupema, 108 km/h em Bom Jardim da Serra, 105 km/h em Balneário Barra do Sul e 92 km/h em Rancho Queimado. Em Balneário Camboriú, anemômetro em edifício de 80 andares, que balançou com a força do vento, marcou 148 km/h, mas o vento em andares muito altos de arranha-céus é muito mais forte que na superfície.

No Paraná, que por ter uma extensão de litoral menor, com baixa cobertura de estações de monitoramento, as rajadas de vento também foram muito fortes na quarta e chegaram a 97 km/h em Guaratuba. No Porto de Paranaguá, a estação meteorológica fora da barra que é mantida pela praticagem mediu vento de 82 km/h.

No litoral de São Paulo, estação da praticagem do porto em São Sebastião registrou rajadas de vento de 113 km/h no final da quarta-feira. No Porto de Santos, outra estação mediu 85 km/h. Na capital paulista, rajadas chegaram a 74 km/h no Aeroporto de Congonhas, mesma velocidade de vento observada no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

No Rio de Janeiro, na capital fluminense, estação no Forte de Copacabana acusou rajadas de 93,6 km/h na madrugada da quinta-feira. Em Marambaia, as rajadas bateram em 84 km/h. Ainda no litoral fluminense, a estação do Arraial do Cabo mediu 92 km/h nas primeiras horas da quinta-feira.

Fontes: METSUL Meteorologia e Hora Hiper

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