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Projeto que limita quantidade de animais por tutor é engavetado

23 de abril de 2010
2 min. de leitura
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Depois de sofrer pressão popular, a vereadora Julieta Reis (DEM) anunciou, na última quinta-feira, que retirou de pauta seu projeto que “regulamenta” a guarda de animais de estimação em Curitiba. ONGs ligadas a direitos dos animais protestaram contra a iniciativa da vereadora. Julieta Reis garante que sua proposta foi “mal interpretada”, mas diz que, devido ao rumo que o debate tomou, não havia mais condições de manter o projeto em pauta.

O projeto de Julieta Reis se propunha a criar padrões para guarda de animais em condomínios. No entanto, as regras ainda não constavam da proposta inicial, e surgiriam de discussões sobre o assunto. A vereadora citava a permanência de um rotweiller em um apartamento pequeno como exemplo de algo que poderia ser proibido.

A ideia que causou mais polêmica, porém, era a de que o número de cães por pessoa pudesse ser regulamentado. “A divulgação da Limitação de Animais, que não constava no projeto, destruiu qualquer possibilidade de discussão”, afirmou a vereadora em um e-mail enviado ontem avisando sobre a retirada do projeto de pauta.

O projeto teve repercussão negativa entre entidades de proteção aos animais. A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba, por exemplo, ouvida pela Gazeta do Povo, afirmou que a limitação de animais seria inconstitucional, e se mostrou preocupada com o destino dos bichos que fossem encontrados em situação irregular.

“O intuito sempre foi defender os animais, mas como existe, mesmo que remota, a possibilidade de ser prejudicial aos animais de estimação, o arquivamento do projeto se fez necessário”, afirmou a vereadora em seu site.

Julieta Reis afirmou, no entanto, que poderá retomar as discussões no futuro. “Estamos fazendo um levantamento dos projetos que estão em estudo e em fase de implementação por parte do executivo municipal, para que então possamos fazer uma nova discussão em conjunto, e elaborarmos um projeto mais abrangente, que complete todas as necessidades, inclusive da ‘Guarda Responsável de Animais Domésticos'”, disse a vereadora.

Fonte: Gazeta do Povo

Nota da Redação: Ainda que estivesse muito bem intencionada, a rotina da vereadora não permitiu que ela conhecesse a triste realidade dos animais abandonados no Brasil. Mal sabe ela que, para cuidar de animais feridos ou salvá-los da morte e dos maus-tratos, protetores independentes e ONGs sem abrigo próprio precisam abrigar vários cães e gatos dentro das próprias casas. Seria muito mais nobre, por parte da vereadora, se a preocupação com os animais refletisse um projeto preventivo e educativo – aí talvez fosse possível completar todas as necessidades.

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