- Folhas estão sendo usadas como uma alternativa ética, natural e sustentável para o couro animal. A marca Thamom London, da Inglaterra, está produzindo mochilas, carteiras, bolsas, porta-moedas, capas para livros e tabletes e também necessaires a partir do material.
O significado da palavra “thamon”, para os budistas, é “de natureza pura e intocada”. Os gregos, entretanto, traduzem a palavra como “arbustos”. O empreendedor russo Evgeny Myshkin, de 26 anos, conta que a marca nasceu como um plano de negócios para seu projeto na universidade. Ele afirma ter aproveitado o conhecimento que já tinha em marketing e na área financeira para tornar o negócio real. “Eu não tinha experiência em design, mas paixão por materiais alternativos e objetos artesanais”, contou.
As folhas utilizadas pela marca tem origem no Reino Unido e na Índia. “A maior parte das folhas indianas são da espécie de árvore ‘sal’, muito usada por eles para fazer pratos”, disse Myshkin.
Para que as peças sejam fabricadas, o primeiro passo é submeter as folhas ao processo de secagem. Em seguida, elas são prensadas e transformadas em uma lâmina, para que depois possa ser aplicada sobre elas uma substância natural, responsável pelo revestimento final. Corantes naturais são utilizados para obter cores diferentes. Substâncias tóxicas não são usadas.
“Folhas nos rodeiam por todos os lados. Quanto mais as utilizarmos, melhor. Elas são fonte de energia, ecologia, ecossistemas, medicamentos, arte e inspiração para o design”, afirmou o criador da Thamon London. “Além disso, elas possuem diferentes padrões, formas e tamanhos”.
Os produtos são, segundo Myshkin, sustentáveis desde o início da cadeia produtiva. Ele explica que a compra das folhas é baseada na sustentabilidade, respeitando o comércio justo. “Trabalhamos com produtores indianos de forma a ajudar na geração de renda”, disse ele ao Conexão Planeta.
A marca trabalha com vendas online – com envio, inclusive, para o Brasil – e feiras em Londres. Lojas de caridade no Reino Unido e na Austrália também comercializam os produtos. Nelas, Myshkin afirma diminuir ao máximo sua margem de lucro, para ajudar as entidades.