O primeiro sobrevoo de monitoramento das baleias-francas no litoral catarinense foi nesta quinta-feira e registrou 37 animais, sendo 13 pares de fêmeas com filhotes, entre Torres (RS) e a Praia da Pinheira, na Grande Florianópolis.
O monitoramento foi feito por uma equipe do Projeto Baleia Franca (PBF-Brasil), com participação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
De acordo com a diretora de pesquisa do PBF, Karina Groch, o número de baleias-francas avistadas para o período é normal: “Julho, por geralmente ser o mês de chegada da espécie ao nosso litoral, tem números mais baixos do que setembro, por exemplo, quando ocorre o pico de avistagens. Para se ter uma ideia de como a quantidade avistada em julho não serve como referência para a expectativa da temporada, em 2006 tivemos recorde de avistagens, com aproximadamente 197 baleias-francas registradas, enquanto o monitoramento aéreo do mês de julho daquele ano registrou apenas 11 indivíduos”, afirma.
Os locais com maior densidade de baleias foram as praias mais ao sul de Santa Catarina, como Jaguaruna, Balneário Rincão e Morro dos Conventos, que registraram ao todo 14 indivíduos, sendo seis pares de fêmea com filhote.
Em Itapirubá Sul e Norte, localizada entre Laguna e Imbituba, 10 indivíduos foram avistados, dos quais quatro fêmeas acompanhadas por filhotes.
“É comum termos muitos registros na região mais ao sul de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul no mês de julho. Nossa estimativa é de que as baleias-francas que visitaram o litoral brasileiro em 2007 retornem neste ano já com novos filhotes, em um novo ciclo reprodutivo. Isto representa um número de aproximadamente 100 baleias-francas esperadas para 2010”, explica a bióloga.
O diferencial deste voo foi a quantidade de filhotes avistados, 13 ao todo, além de um indivíduo jovem e outros 10 adultos.
“O que nos surpreendeu neste ano foi a quantidade de filhotes avistados, cerca de 30% do total contabilizado neste primeiro sobrevoo. Esta é a proporção que geralmente é registrada em setembro, quando a maioria das francas que estão em nosso litoral já deram à luz”, explicou Karina.
Sobre o Projeto Baleia Franca
O Projeto Baleia Franca é uma instituição sem fins lucrativos, sediada na Praia de Itapirubá, em Imbituba, no Sul do Estado, e que trabalha há 28 anos pela conservação da baleia-franca por meio de duas linhas principais de pesquisa: monitoramentos aéreo e terrestre.
Por meio do monitoramento aéreo é feita a censagem, análise de distribuição e identificação individual das baleias-francas, com o objetivo de avaliar o status populacional da espécie em águas brasileiras.
A partir do monitoramento terrestre estuda-se o comportamento natural da espécie, a interação entre mães e filhotes, como os indivíduos se relacionam nos grupos sociais bem como o comportamento da baleias-francas frente a atividades antrópicas que possam causar algum impacto e comprometer o bem-estar dos grupos durante sua permanência nas enseadas.
As atividades do PBF também envolvem a publicação de trabalhos científicos, atividades de educação ambiental e orientação às embarcações turísticas durante a temporada de observação.
Saiba mais em www.baleiafranca.org.br
Fonte: Zero Hora