Enquanto o Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, está realizando a campanha “Páscoa Consciente!”, contra a objetificação dos coelhos na Páscoa, a Prefeitura de Pato Branco (PR) está utilizando coelhos vivos na decoração da “Páscoa Feliz” na Praça Presidente Vargas.
A iniciativa, embora pareça inofensiva a muita gente, pode despertar em muitos visitantes, principalmente crianças, o interesse por comprar coelhos. No entanto, coelhos não são brinquedos ou presentes que podem ser descartados a qualquer momento.
Como bem destacado pela campanha “Páscoa Consciente!”, do Governo do Paraná, após a Páscoa muitos coelhos são abandonados em lixeiras, parques e praças, e acabam morrendo de frio e fome. Outros são atropelados ou atacados por cães.
Ainda assim, a Prefeitura de Pato Branco, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, emitiu nota informando que os animais em exposição no cenário da “Páscoa Feliz” são muito bem tratados e estão em um ambiente em adequadas condição de higiene.
A prefeitura alega que o uso de coelhos é resultado de um “estudo técnico e legal” em relação ao tamanho, estrutura física e posicionamento do espaço aprovado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Seja isso verdade ou não, visitantes tiraram fotos de coelhos deitados no piso de cimento depois de registrarem temperaturas superiores a 30 graus. E o que a prefeitura também parece não entender é que não se trata apenas de garantir o suposto bem-estar dos animais em exposição, mas sim que usá-los como “objetos de decoração” reforça uma ideia de que os coelhos estão disponíveis para atender todos os nossos caprichos humanos.
Imagine quantas crianças não passaram ou passarão por dia no cenário da “Páscoa Feliz” ansiando por um coelho? Simplesmente porque acharam os animais bonitinhos. Sem dúvida, a exposição, ainda que de forma não intencional, acaba incentivando a objetificação e o comércio de coelhos.