Um exemplar de Coendou prehensilis, nome científico do porco-espinho, foi capturado no quintal de uma casa por homens do Corpo de Bombeiros. O caso aconteceu no Conjunto Universitário, em Rio Branco, próximo a uma área de proteção ambiental.
De acordo com o Comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, major Antônio Marcos Velasquez, um morador da residência acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), pedindo apoio para lidar com o animal.
Velasquez conta que a captura foi rápida e o animal, que não estava ferido, foi liberado na Área de Proteção Ambiental da Praia do Amapá. “Ele estava em uma árvore e apesar do cuidado que tivermos que ter não foi muito difícil”, explica.
Segundo o Major, é comum os bombeiros serem acionados para capturar animais silvestres em residências em Rio Branco e em alguns dos municípios vizinhos. “É uma atividade que a gente faz quase todo dia, geralmente em residências localizadas em áreas pantanosas, com vegetação mais alta. São jacarés, gatos do mato e até onças”, diz.
Ele ressalta que as pessoas acionem os bombeiros em situações como essa e evitem capturar animais silvestres por conta própria. “Às vezes a pessoa pega e bate no animal, e a gente pede que não machuquem os animais e chamem a guarnição”, enfatiza.
O biólogo e pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac), Moisés Barbosa de Souza, confirma que o animal capturado é um porco-espinho. De acordo com ele o animal costuma ser inofensivo, mas ao se sentir ameaçado libera os espinhos que cobrem quase toda a extensão de seu corpo.
“Não jogam espinhos à distância como muitas pessoas dizem, mas é bom ter cuidado ao aproximar-se demais, pois, ele pode bater com a cauda e fincar espinhos”, diz.
O professor diz ainda que trata-se de um animal difícil de ser visto por seus hábitos. “Come sementes de frutos, cocos, mangas, castanhas, cascas de árvores e provavelmente folhas. Pode, eventualmente, invadir roças e pomares. São geralmente solitários podendo às vezes ser encontrados em casal, sai à noite ou na hora do crepúsculo em busca de alimento. De dia descansa no alto das copas das árvores ou abriga-se em troncos ocos. Tem movimentos lentos, mas está bem adaptado para a vida nas árvores, usando a cauda para prender-se aos galhos e mover-se entre as árvores”, explica.
Segundo o professor, ele pode ser encontrado entre o território da América do Central e do Sul.
Fonte: G1