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MISTÉRIO REVELADO

Por que gatos 'amassam pãozinho'? A curiosa massagem que os felinos fazem nos tutores e superfícies

16 de julho de 2023
4 min. de leitura
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Foto: GETTY IMAGES via BBC

Os tutores de gatos adoram quando seus felinos “amassam”.

Com esse gesto, assim chamado por sua semelhança com o ato de preparar massas, os gatos massageiam a barriga de uma pessoa ou uma superfície com as patas dianteiras, em um ritmo relaxante.

E se você já viu um gato amassando, deve ter se perguntado por que eles têm esse comportamento.

Isso nos diz algo sobre como eles se sentem? Há algo que você possa fazer se eles chegam a te machucar com as garras?

A evolução

Os gatos começam a amassar pela primeira vez quando são apenas recém-nascidos e estão na fase de amamentação.

Amassar está associado à sucção e ajuda a estimular o suprimento de leite materno por meio da liberação de ocitocina. E provavelmente foi um ato que evoluiu por esse motivo.

Amassar também tem outra vantagem evolutiva. Pode ser usado como uma forma de comunicação tátil e de feromônios entre o gatinho e a mãe.

Os gatos têm glândulas odoríferas nas partes macias das patas e, quando amassam, essas glândulas liberam feromônios (mensagens químicas usadas para se comunicar).

Amassar a mãe libera feromônios associados à conexão, à identificação ou que passam outras mensagens, por exemplo sobre o estado de saúde.

Um deles, conhecido como “feromônio apaziguador do gato”, é liberado pelas glândulas sebáceas ao redor das glândulas mamárias.

Isso também ajuda a controlar a agressividade em gatos adultos.

Por que eles continuam fazendo isso quando crescem?

Embora o amassar seja importante na evolução para estimular a produção de leite e expressar mensagens táteis e químicas entre o gatinho e a mãe, também é um comportamento comum em gatos adultos, devido a algo chamado neotenia.

Isso acontece quando um animal mantém seus traços físicos ou comportamentais juvenis até a idade adulta.

Essas características provavelmente serão vantajosas para os gatos quando eles precisam socializar com humanos, com outros gatos ou animais em casa.

O amassamento, em particular, pode ser preservado na idade adulta porque os ajuda a emitir mensagens.

Quando ele faz isso no seu colo, é a maneira de um gato dizer “estamos ligados” ou “você está no meu grupo social”. Ou em uma definição muito humana, “você é a minha pessoa”.

Também podemos reforçar esse comportamento recompensando um gato quando ele faz isso.

E alguns gatos gostam de amassar cobertores macios ou de lã enquanto lambem o material, como se fosse um mamilo. Isso pode ser relaxante ou calmante para o gato devido a essa associação.

Diz algo sobre a saúde?

Na maioria dos casos, amassar provavelmente indica que o gato está confortável.

Porém, se o comportamento — e principalmente a sucção — ocorrer com muita frequência, por muito tempo, se parecer compulsivo, ou começar a machucar as patas, pernas ou boca, pode ser sinal de que o gato está estressado ou com dores e precisa de atendimento veterinário.

Esse é um problema particular em gatos siameses e birmaneses.

Mas outros gatos não amassam nada.

Assim como as pessoas, os gatos são indivíduos e gostam de mostrar que se sentem confortáveis ​​ou se relacionam com você à sua própria maneira.

Eles podem te machucar?

Às vezes, as garras do gato podem exercer muita pressão sobre a barriga ou a pele, causando dor.

Uma solução é usar um cobertor grosso para se cobrir. O ideal é evitar repreendê-los ou afastá-los quando fazem isso.

Para evitar momentos ruins, é melhor recompensá-los com uma carícia ou dar um agrado quando o gato estiver acariciando de forma agradável.

Você pode até dar a ele uma dica verbal para tomar cuidado com as garras, algo como “suave”. O gato associará a palavra e uma recompensa alimentar com o comportamento que você deseja.

E se o seu gato não é daqueles que amassam, não se preocupe, não há nada de errado com ele.

*Susan Hazel é professora da Faculdade de Ciências Animais e Veterinárias da Universidade de Adelaide. Julia Henning é doutoranda na mesma instituição.

*Esta história foi publicada originalmente no The Conversation e compartilhada aqui por meio de uma licença Creative Commons. Leia o artigo original (em inglês).

Fonte: G1

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