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Pit bulls são dóceis apesar da fama de agressivos

3 de novembro de 2013
3 min. de leitura
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Foto: Michele Pereira /Arq. Pessoa
Foto: Michele Pereira /Arq. Pessoa

Com quase dois anos de idade, Ártemis impõe respeito pelo porte, mesmo quando é chamada apenas pelo apelido Tetê. Da raça pit bull, ocasionalmente ela é alvo de preconceito. “O pessoal tem muito medo, tenho até amigos que ficam com receio”, afirma a tutora, Lorena M. Borges Coelho, 29, empresária. Vizinhos e pessoas na rua já a criticaram por ter um pit bull.

As duas estão juntas desde os primeiros dias de vida de Tetê. “Ela chegou bem pequenininha, dormia até na cama”. No crescimento do animal uma coisa não faltou: carinho. “Como a gente sempre tratou ela com muito carinho e respeito ela não é agressiva”.

Lorena conta que Ártemis nunca se envolveu em brigas, ou até mesmo chegou a machucar alguém. “A gente até brinca que ela é um pit bull que pensa que é poodle”.

A criação de Tetê sempre foi alvo de atenção. Desde pequena ela tem seus próprios brinquedos, roupas, ração e momentos de lazer. “Como ela é de uma raça com muita energia, precisa de lugares abertos, onde pode correr livremente”. Outra prova do bom comportamento é a hora do descanso. Mesmo já sendo uma ‘mocinha’, ela ainda dorme no quarto com a tutora. “De manhã ela me acorda para ir no banheiro”, diz.

A história de Ártemis confirma a visão dos especialistas. Para Flávia Guiseline, veterinária responsável pela clínica Animal Center, a agressividade dos animais está diretamente relacionada com a criação. “O animal é agressivo para se defender, ele busca a defesa por conta de uma série de agressões que ele sofreu ao longo da vida”. Ela conta que muitas vezes os animais de rua são agressivos por estarem constantemente expostos à violência. “Você percebe no olhar do animal que ele está acuado e com medo, por isso, no desespero, ele age com violência”.

Para ela, não passa de mito a ideia de que os animais nascem maus. “Mesmo um animal pequeno, se for criado com violência, se torna agressivo”. Ela ainda conta que em sua clínica, semanalmente, duas pit bulls são atendidas para banho. Por conta do temperamento dócil, as duas também são doadoras de sangue. “Eu tiro isso como lição para todo mundo, são animais com fama de violentos, mas que estão salvando vidas”, finaliza.

Assunto já gerou lei específica 

A polêmica em torno de animais de grande porte já foi tanta, que em 9 de março de 2004, através de decreto do governador Geraldo Alckmin (PSDB), entrou em vigor a lei estadual que obriga que animais das raças pit bull, mastim napolitano, rottweiller e american stafforshire terrier só podem circular de coleira curta, com enforcador e focinheira. “Quem estiver em desacordo não é multado, mas é registrada a ocorrência”, afirma o Soldado Marcolini, da Polícia Ambiental de Bauru. Ele ainda afirmou que o comportamento agressivo “depende muito do animal”.

Fonte: Diário de São Paulo

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