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PETA divulga em rede nacional imagens de agressões cometidas em fazenda de lã britânica

26 de agosto de 2018
3 min. de leitura
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Imagens compiladas pela organização pelos direitos animais People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) revelam abuso de animais que acontecem na indústria de lã inglesa. Entre as situações retratadas estão trabalhadores socando ovelhas no rosto, pisoteando suas cabeças e pescoços e batendo e cutucando os animais no rosto com tosquiadeiras elétricas. Segundo a PETA, as gravações foram feitas em 25 galpões agrícolas no período de 15 dias.

Reprodução | Plant Based News

O canal britânico Channel 4 mostrou a compilação feita pela ONG durante um programa de notícias. O advogado Alan Bates, que atuou em casos de bem-estar animal por 15 anos, disse ao programa que poderia haver um caso contra algumas das situações vistas na gravação. “O que é mostrado nesta filmagem claramente é muito mais grave do que qualquer coisa que eu já vi. Esses animais estão sendo muito seriamente atacados”, ele acrescenta.

De acordo com a PETA, o vídeo exposto destaca apenas um pouco da crueldade que o investigador observou nos 25 galpões visitados. “A PETA Asia registrou uma queixa de 15 páginas com a RSPCA e pediu que ela lançasse uma investigação e, se apropriado, registrasse acusações criminais contra os trabalhadores por aparentes violações das leis que proíbem a crueldade contra os animais”, eles comentam.

O vice-presidente da PETA Ásia, Jason Baker, diz ainda que as ovelhas, por serem muito sensíveis, ficam petrificadas, completamente aterrorizadas, ao serem simplesmente seguradas. “Mas esses animais foram socados no rosto, chutados e estampados, e suas cabeças foram jogadas no chão e ameaçadas por tosquiadores, causando-lhes grande angústia e prejuízo”, ele lamenta. “A PETA Ásia está pedindo aos compradores de todo o mundo que rejeitem a crueldade contra os animais – e isso significa nunca comprar lã de verdade”.

“Estamos chocados e entristecidos com o comportamento dos (dois) empreiteiros filmados”, afirmou o grupo British Wool em um comunicado à imprensa, em resposta ao filme. “Como uma organização de propriedade de agricultores, a British Wool coleta e vende a lã em nome dos britânicos. Somos apaixonados e comprometidos com a busca contínua de melhorar as habilidades de cisalhamento e boas práticas no Reino Unido”.

“Todos os anos treinamos mais de mil pessoas em todas as partes do Reino Unido em cursos de treinamento de dois dias, adaptados ao nível de experiência e habilidade existentes”, ele continuam, em uma tentativa de se livrar de qualquer responsabilidade sobre a postura dos trabalhadores registrados nas filmagens. Eles acrescentam ainda que essa é uma atitude que não condiz com o padrão da indústria.

Apesar das alegações feitas pela British Wool, este não foi um caso isolado. Exploração e abuso dos animais em fazendas de criação de ovelhas para produção de lã é algo muito comum. No início deste ano, proprietários de uma fazenda inglesa foram multados por simplesmente abandonar os animais, que morreram por negligência.

No fim do ano passado, uma fazenda australiana foi acusada com o uso de gravações que mostravam trabalhadores pisoteando e agredindo ovelhas. A indústria da lã não é tão inofensiva quanto a British Wool tenta mostrar.

Animais não existem para atender a luxos e desejos de pessoas. Eles devem viver livres, em harmonia com os outros seres e a natureza. Qualquer tipo de estabelecimento que os mantenha em cativeiro para exploração, seja com fins de entretenimento, de alimentação ou de fabricação de algum produto não é “ético” ou mostra preocupação com o bem-estar animal pois a matéria-prima de sua mercadoria é o sofrimento animal.

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