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À PROCURA DE RASTROS

Pesquisadores da Unisinos realizam expedição na Antártida em busca de pistas climáticas

Material coletado seguirá para análise nos laboratórios do itt Oceaneon

11 de abril de 2023
Suzy Scarton
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação Usinos

Fósseis são verdadeiras cápsulas do tempo: rochas ou sedimentos podem preservar plantas, vestígios de animais e outros rastros que ajudam a contar a evolução do planeta Terra. Esses indícios revelam mudanças e fenômenos de milhões de anos. Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Paleoceanografia e Mudanças Climáticas — iit Oceaneon — da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) foram em busca dessas pegadas do passado em uma expedição à Antártica, com quase dois meses de duração.

O coordenador do itt Oceaneon, Gerson Fauth, e as alunas da Escola Politécnica Leslie Márquez e Bruna Schneider embarcaram na Operantar 41, uma operação que faz parte do Programa Antártico Brasileiro. A saída do Brasil aconteceu em 28 de dezembro e a primeira parada foi Punta Arenas, no extremo sul do Chile, onde a equipe realizou atividades de campo juntamente com pesquisadores do Instituto Antártico Chileno (INACH). Em seguida, embarcaram no navio Ary Rongel, atravessaram a Passagem de Drake e pararam na Base Brasileira sediada nas Ilhas King George.

Em seguida, o trio foi lançado de helicóptero na Ilha Seymour, onde aconteceu o trabalho de campo. A localidade reserva materiais ricos para os estudos geológicos: nela, são encontrados fósseis que contam a história geológica da evolução do Atlântico Sul e do rompimento entre América do Sul e Antártica, fenômeno que causou importante mudança climática. Segundo Fauth, estudos desses eventos permitem traçar relações com as alterações climáticas atuais, ajudando a prever o que pode acontecer no futuro.

Por aproximadamente um mês, a equipe coletou fósseis e microfósseis nos afloramentos. “Realizamos caminhadas de até 20 km reunindo amostras e fazendo perfis geológicos destes sedimentos. Essas rochas datam de 23 a 66 milhões de anos atrás e nos possibilitarão estudar momentos de aquecimento e esfriamento da Terra”, explica Fauth. Os pesquisadores foram resgatados pelo navio Ary Rongel para o retorno e chegaram em terra firme no Brasil no dia 22 de fevereiro.

De acordo com Fauth, o material seguirá agora para análise nos laboratórios do itt Oceaneon e o resultado da pesquisa será relatado em artigos científicos. “Recebemos com muita alegria a oportunidade de realizar uma expedição como essa, que nos dá acesso a amostras raras de serem coletadas, fósseis que contam a história da nossa evolução. Essa imersão de estudo das mudanças climáticas possibilita o desenvolvimento da pesquisa científica e estimula a formação acadêmica de mestres e doutores”, finaliza.

Sobre o itt Oceaneon

O Instituto Tecnológico de Paleoceanografia e Mudanças Climáticas – itt Oceaneon desenvolve pesquisas visando compreender a evolução geológica, biológica e paleoceanográfica dos oceanos, especialmente do Oceano Atlântico e suas bacias sedimentares. Além disso, realiza pesquisa básica, projetos de Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), capacitação profissional e prestação de serviços tecnológicos.

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