Eles são produzidos, entre outros fatores, pela queima de combustíveis fósseis. Em regiões com muito tráfego e indústrias, eles ocorrem em altas concentrações e provocam várias doenças no sistema respiratório.
Porém, os óxidos de nitrogênio também ocorrem na natureza e desempenham um papel importante no ciclo do nitrogênio, o que assegura que o nitrogênio, essencial para a vida, esteja disponível para serem processados pelos organismos.
Um destes óxidos é o monóxido de nitrogênio (NO). Não se sabe onde ele é produzido na natureza e em que quantidades. Ele é bastante volátil e reage rapidamente com outras substâncias. É difícil mensurar o NO, especialmente no maior ecossistema do mundo: o oceano.
Nos últimos anos, pesquisadores do GEOMAR Helmholtz Centre for Ocean Research Kiel desenvolveram um novo método para medir o NO e o utilizaram durante uma expedição no Oceano Pacífico.
Eles publicaram os primeiros resultados na publicação internacional Deep-Sea Research Part II. “Nós conseguimos demonstrar uma ligação clara entre baixas concentrações de oxigênio e a produção de NO”, ressalta Hannah Lutterbeck, primeira autora do estudo.
De acordo com o Science Daily, os novos dados sobre NO são os primeiros em 30 anos. “Houve algumas tentativas de medir o NO dos oceanos na década de 1980, mas o procedimento foi extremamente complexo e gerou comparativamente poucos pontos de informações”, explicou o co-autor da pesquisa Hermann Bange, do GEOMAR.
Desde então, os pesquisadores quase não trataram do tema nos oceanos até Hannah Lutterbeck abordar o assunto em sua tese de doutorado. A expedição, onde o método foi testado, foi realizada em fevereiro e março de 2013, em uma região da costa do Peru, que possui baixas concentrações de oxigênio em uma profundidade que varia de 30 a 50 metros.
O novo método de medição possibilita que pesquisadores marinhos incluam outra peça ao enigma de muitos processos químicos, físicos e biológicos nas zonas com oxigênio mínimo. “Quanto mais detalhes conhecemos, mais cedo compreendemos o fenômeno na sua totalidade”, diz Hermann Bange.