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ABANDONO

Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI) busca identificar quais animais são mais vítimas e zonas de maior incidência

"Esperamos encontrar, a partir da contribuição das pessoas, que elas tenham o mínimo de conhecimento e sensibilidade em relação a essa problemática que assola não só nosso estado”, afirmou Marcelo Campos, coordenador da pesquisa

4 de agosto de 2022
4 min. de leitura
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Foto: Divulgação | APIPA

Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) estão realizando um levantamento sobre o abandono de animais em Teresina. O objetivo da pesquisa é coletar dados para, posteriormente, propor políticas públicas que amenizem a problemática.

“A partir do momento que passarmos a conhecer a percepção das pessoas em relação a essa temática, temos um farto material para propormos políticas públicas que amenizem essa problemática. Nós esperamos encontrar nesse levantamento que estamos fazendo, a partir da contribuição das pessoas, é que elas tenham o mínimo de conhecimento, sensibilidade, em relação a essa problemática que assola não só nosso estado, mas o país e várias partes do mundo”, afirmou Marcelo Campos, coordenador da pesquisa.

Soraya Barbosa, uma das pesquisadoras envolvidas no projeto, explicou que informações como o tipo de animal mais abandonado e a região com maior incidência de abandono serão coletadas no levantamento.

“Precisamos dos dados. Primeiro, qual a região onde isso está com a maior incidência desses casos, qual o tipo de animal, qual a espécie, se é canino ou felino. Existem algumas coisas que a gente pode fazer como, por exemplo, a educação, para que as pessoas saibam como lidar com esses animais, não praticar maus-tratos. Tem a parte da castração, tem várias outras coisas que a gente pode propor, mas isso só com o resultado da pesquisa”, comentou.

Foto: Reprodução | TV Clube

Risco de saúde

O abandono de animais em um município prejudica não só eles, mas também a população, porque muitas doenças podem ser transmitidas por estes animais para as pessoas.

“Entre elas estão as verminoses, transmitidas pelas fezes desses animais, o calazar, chamado de leishmaniose visceral, que é transmitida pela picada de um mosquito, é uma doença grave, se não tratada pode levar a morte, e a mais conhecida e perigosa, a raiva. São casos graves que precisam ser acompanhados por médicos que podem evoluir para a gravidade e para o óbito”, explicou o médico infectologista Luciano Mourão.

O aumento no número de animais em situação de rua na capital piauiense, objetivo de pesquisa dos cientistas da UFPI, têm refletido nos abrigos. Todos esses locais estão lotados e não possuem mais condições de receber mais animais. Nesta semana, um dos maiores abrigos do estado, a Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa), lançou mais uma campanha para arrecadar recursos.

“Os animais continuam abandonados na rua em quantidade enorme. Nós não temos mais condições de receber mais, está superlotado. Não era pra ter esse tanto, era pra estar bem menos para que os animais ficassem bem acomodados. O que a gente não quer é que esse abrigo se torne um local de acumulação de animais, que já não é mais saudável, é uma doença. A gente quer que eles passem por aqui e possam ter um lar, que é o que eles merecem”, disse Isabel Moura, coordenadora da Apipa.

Uma medida já defendida por muitos especialistas para coibir o crescimento da população de animais em situação de rua é a castração. Segundo a coordenadora da Apipa, Isabel Moura, a castração diminui não só a procriação desenfreada de cães e gatos, como também evita a disseminação de doenças.

“A castração, além de ser algo que vai diminuir essa procriação desenfreada, ela também evita doenças nos animais como o câncer de mama, câncer de útero, câncer de próstata. Esses animais que saem nas ruas pegam doenças e vão transmitindo de um para o outro”, afirmou.

O médico veterinário Airton Conde também deu algumas dicas para evitar o abandono de animais. “A gente tem que ter alguns cuidados quando for trabalhar com esses animais que estão na rua. Primeira coisa, a gente sabe das zoonoses que estão presentes no nosso ambiente, que são aquelas doenças que passam do animal para a gente, mas lembrar que há doenças que passam da gente para os animais. Tem que ter cuidado para saber se o animal é agressivo ou não, sempre lembrando que, às vezes, é interessante que você que resgata o animal deve ser responsável por ele, porque não é interessante você tirar o animal de uma situação de rua e abandoná-lo novamente”, finalizou.

Fonte: G1

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