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Perda de florestas tropicais cai no mundo, mas não o suficiente para metas de 2030

A redução do desmatamento no Brasil e na Colômbia observada em 2023 acabou compensada pela escalada da perda de floresta tropical em outros países.

7 de abril de 2024
Redação ClimaInfo
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O Global Forest Watch, plataforma do World Resources Institute (WRI), divulgou nesta 5ª feira (4/4) sua análise anual sobre o ritmo de desmatamento de florestas tropicais ao redor do mundo. A notícia boa: a perda global dessas áreas florestais caiu 9% entre 2022 e 2023. A notícia ruim: o patamar de devastação se manteve muito alto, com uma taxa de desmatamento quase idêntica às registradas entre 2019 e 2021, e bem distante do objetivo global de desmatamento zero até 2030.

Os principais destaques da queda global do desmatamento foram Brasil e Colômbia, que experimentaram reduções significativas em 2023 de 36% e 49%, respectivamente. Os números brasileiros refletem a queda na taxa de desmate na Amazônia no ano passado, resultado da retomada da fiscalização ambiental pelo governo federal. Essa queda também reduziu a participação do Brasil na perda total de florestas tropicais primárias, de 42% em 2022 para 30% em 2023.

No entanto, os números do desmatamento em outros biomas do Brasil ainda causam preocupação. De acordo com o Global Forest Watch, a supressão vegetal no Cerrado aumentou 6% entre 2022 e 2023, provocada principalmente pelo avanço da fronteira agrícola sobre a vegetação nativa. Já no Pantanal, a perda de área vegetal está diretamente relacionada com a maior ocorrência de incêndios no último ano, potencializados por uma seca histórica.

O desmatamento menor no Brasil e na Colômbia, entretanto, acabou sendo compensado pelo aumento da perda florestal em outros países, como República Democrática do Congo, Bolívia e Indonésia. Ao todo, o mundo perdeu 3,7 milhões de hectares de florestas tropicais em 2023, o equivalente a quase dez campos de futebol de área florestal por minuto. Essa perda resultou na emissão de 2,4 gigatoneladas de dióxido de carbono (GtCO2), o que representa quase a metade das emissões anuais da indústria de combustíveis fósseis dos EUA.

“O mundo deu dois passos para frente e dois para trás no que diz respeito à perda florestal no ano passado. Os declínios acentuados na Amazônia brasileira e na Colômbia mostram que o progresso é possível, mas o aumento da perda florestal em outras áreas compensou em grande parte esse avanço”, afirmou Mikaela Weisse, diretora global de observação florestal do WRI.

Fonte: ClimaInfo

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