Na guerra contra a poluição dos oceanos pelo plástico, nem sempre o maior é o pior. Pequenas bolinhas de plástico puro, chamadas de pellets, servem como matéria prima para fabricação de quase todo tipo de item, de tupperwares a brinquedos e escovas. Essas pecinhas servem também para ajudar cargas sensíveis, como carros e barcos de luxo, a se acomodarem em contêineres durante viagens marítimas.
É durante o transporte que os pellets vão caindo no mar, seja por frestas dos contêineres ou grandes vazamentos, como o que ocorreu recentemente no Sri Lanka, em maio. Bilhões de bolinhas apareceram na costa após um porta-contêineres pegar fogo e afundar no Oceano Índico.
As Nações Unidas disseram que o derramamento de cerca de 1.680 toneladas de pellets foi o “pior desastre marítimo da história do Sri Lanka”, relata o jornal The Guardian.
Estas pequenas partículas de plástico absorvem matéria orgânica do oceano e confundem animais marinhos, que acabam ingerindo os pellets e sofrendo danos no sistema digestivo, ou até mesmo se sufocando ou morrendo intoxicados.
No caso do Sri Lanka, as toneladas de plástico soterraram baleias, tartarugas e golfinhos, entre milhares de espécies atingidas. O governo local pediu que as cargas com pellets sejam identificadas como substância nociva ao ambiente marinho. Isso significaria procedimentos mais rígidos para reduzir o risco de derramamento.