Na última terça-feira (2), um grupo de peixes-boi foi visto na Praia do Coqueiro, no litoral do estado do Piauí. De acordo com as imagens, cerca de cinco peixes-boi podem ser identificados: um animal adulto, um filhote, e outros três, sem indicação de tamanho.
Liliane Oliveira, bióloga e coordenadora do Programa de Conservação Marinha da Comissão Ilha Ativa, diz que com a falta de preservação de áreas de transição entre rios e mares, os animais estão cada vez mais indo para o mar aberto, onde geralmente os filhotes costumam ficar encalhados.
Apesar da surpresa, o Piauí tem em suas águas a maioria da população de peixes-boi do Brasil, que se divide nos municípios de Luís de Correia e Cajueiro da Praia.
“São 50 animais que nasceram aqui, se reproduzem e se alimentam aqui, o que favorece um ciclo biológico inteiro”, disse Liliane em entrevista ao G1 Piauí.
Essencial para a preservação e manutenção da flora e da fauna do Estado, o peixe-boi controla a população de algas e permite o desenvolvimento de outras espécies, como peixes e camarões.
O peixe-boi também é fruto de renda para dezenas de famílias que vivem do turismo local.
“No Cajueiro, temos uma comunidade que se mantém e emprega outras pessoas para esse turismo. Já receberam estudantes de cidades do Piauí e de outros estados”, comenta a bióloga.
O Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos foi criado na década de 90 em parceria com o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a ONG Fundação Mamíferos Aquáticos. O peixe-boi é o único mamífero aquático herbívoro.
