Todos os anos, a partir de setembro, sete espécies de pássaros maçaricos procuram o Amapá para sobreviver. As aves percorrem cerca de 1 mil quilômetros da América do Norte até a costa marítima do estado em uma viagem que dura de 15 a 30 dias, conforme a resistência do pássaro. Alguns chegam a atravessar a América sem parar. Eles migram para o estado fugindo do inverno dos Estados Unidos e Canadá, para se alimentar de pequenos invertebrados às margens do Rio Amazonas, em Macapá.
“Eles vêm do hemisfério norte fugindo do inverno. Ao longo desse trajeto do Alasca, nos Estados Unidos e Canadá, as aves procuram lugares quentes próximos à linha do equador e Sul e Sudeste do Brasil. No Amapá, encontramos sete espécies de maçaricos migratórios. Mas temos outros animais como é o caso da águia pescadora”, explicou o biólogo Kurazo Okada.
Antes do período de migração de um país a outro, as aves chegam a dobrar o próprio peso para ter energia durante a viagem.
“Vemos que as aves se alimentam durante o dia quando a maré está baixa. Na cheia, elas procuram outros lugares do rio. À noite é o mesmo processo. Ou seja, as aves migratórias estão sempre se alimentando para ganhar massa e fazer esse trajeto”, destacou Okada.
O período de chegada dos pássaros maçaricos à costa do Amapá acontece a partir de setembro e se estende até dezembro. A volta para os países de origem ocorre no fim de janeiro até maio.
O biólogo Rafael Naiff se dedica aos estudos dos pássaros migratórios no Amapá. Ele diz que não existe um censo com o número exato de quantos pássaros as sete espécies de maçaricos abrangem no estado. “Não temos uma contagem com exatidão, mas calculamos que seja em torno de 2 milhões de aves que migram”, mensurou.
De acordo com Naiff, os maçaricos são aves características de viagens de longas distâncias. “Os pássaros são pequenos e com asas longas, feitas para voar grandes distâncias e alturas. Radares já pegaram maçaricos sobrevoando áreas a 10 mil, a 15 mil metros de altura”, disse.
Fonte: G1