Pantanal ainda deverá ter problemas decorrentes da escassez de chuva que atingiu a região nos últimos anos. Maior planície alagável do planeta, localizada em três países (Brasil, Paraguai e Bolívia), vem enfrentando uma crise hídrica sem precedentes nos últimos anos.
Com chuvas mais escassas, o período de seca, que geralmente acontece entre maio e setembro, tem se estendido ao longo do ano. Uma das preocupações tem sido quanto à falta de uma grande cheia do rio Paraguai pode trazer consequências para o bioma brasileiro.
De acordo com o gerente de Recursos Hídricos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Sampaio, a grande importância das áreas úmidas é que elas abrigam várias espécies peculiares ou endêmicas destas regiões, ou seja, espécies que só vivem nestes lugares específicos. “São regiões essenciais para os anfíbios, répteis e para as aves migratórias, que dependem desses locais para reprodução e migração, além de ajudar na redução das mudanças climáticas, pois estes ambientes retiram quantidades significativas de carbono do ar”, salientou Sampaio.
Chuvas insuficientes
Marcelo Parente Henriques, pesquisador do SGB-CPRM, que atua no Sistema de Alerta Hidrológico do rio Paraguai, destaca que o período de chuvas na bacia, iniciado em outubro passado, vem apresentando volumes com intensidade e constância maiores quando comparado aos anos anteriores. “Isto já é um grande diferencial, entretanto, ainda é inoportuno afirmar que será o suficiente para uma recuperação plena do nível do rio Paraguai, tendo em vista os baixos níveis registrados ao longo dos últimos três anos”.
Nesta semana, o rio Paraguai vem apresentando a tendência de elevação de seu nível em Cáceres (MT), como também em Ladário e em Porto Murtinho, ambas em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Governo do Estado, porém, é importante ressaltar que esses valores de nível registrados ainda se situam nas proximidades da zona de atenção para mínimas.
Considerando as precipitações previstas para as próximas semanas, o rio Paraguai deverá continuar apresentando tendência de elevação do seu nível na maioria das estações de sua calha.
Fonte: Capital News