Funcionários do Zoológico Municipal de Piracicaba (SP) criaram uma espécie de “cadeira de rodas” adaptada para facilitar a locomoção de uma fêmea de ouriço que perdeu o movimento das patas traseiras. O equipamento, feito com pedaços de canos de PVC, evitou a morte do animal que sofreu uma lesão na coluna e corria o risco de ser submetido à eutanásia em razão do problema. O animal foi levado ao zoológico no dia 12 de maio pela Polícia Militar Ambiental após ser resgatado de uma casa noturna, onde informaram que o bicho tinha caído do telhado.
A veterinária Marianna Cury, diretora do zoológico, no entanto, discorda da versão apresentada aos policiais. “Suspeitamos que a fêmea tenha levado uma paulada nas costas, pois a espécie é acostumada a subir em árvores ou em locais altos e, mesmo que caísse, não sofreria um ferimento grave como este”, disse.
Tratamento
Assim que o animal chegou ao zoológico, a equipe de cuidadores iniciou um tratamento com medicamentos com duração de dois dias. Como não houve resposta, o ouriço foi submetido a uma radiografia, que constatou a lesão na coluna. Apesar de estar saudável, foi cogitada a hipótese de eutanásia, já que o animal estava impossibilitado de andar. Foi quando a estagiária de veterinária Jhesebel Santana, de 22 anos, sugeriu a construção da “cadeira de rodas” especial.
“Ela mesma fez a pesquisa na internet. Assistiu várias vezes a um vídeo com instruções no Youtube e logo em seguida comprou os materiais, gastou em torno de R$ 10 e montou o equipamento. Atualmente estamos fazendo adaptações porque, como o animal não tem pescoço, fica difícil de prender a cadeira ao corpo. Apesar disso, a fêmea já voltou a andar”, afirmou.
Durante o dia, o animal fica em um corredor sob os cuidados dos veterinários, que fizeram até uma casinha. À noite, o bicho fica protegido em uma sala. Assim que recuperar bem e se adaptar à “cadeira de rodas”, o ouriço será colocado no recinto com os outros exemplares da espécie. Marianna aproveitou que o caso chamou a atenção para explicar que os ouriços não jogam espinhos quando se sentem ameaçados. “Isso só acontece se uma pessoa ou outro animal encosta em um bicho que está acuado”, disse a veterinária.
Fonte: Marataízes