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TECNOLOGIA

Órgão humano em chip acelera testes de remédios e substitui uso de animais

17 de fevereiro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

O desenvolvimento de novos medicamentos é demorado e caro, além de utilizar animais vivos em algumas etapas de seus testes. No entanto, o cenário está mudando graças aos órgãos em chips (ou organ on a chip, OOC, em inglês).

Tradicionalmente, a primeira etapa do desenvolvimento consiste em células cultivadas em placas ou fracos, conhecida como in vitro. Depois, começam os testes realizados em animais como camundongos, coelhos e cachorros, com a etapa chamada de in vivo. É somente depois de 10 a 15 anos, em média, que os testes são realizados em seres humanos.

No entanto, muitas vezes, os resultados em animais não refletem o mesmo em seres humanos – os medicamentos podem parecer seguros em animais, mas são prejudiciais ou ineficazes em pessoas.

A tecnologia de órgãos em chips, formados por células vivas de órgãos e de vasos sanguíneos humanos, com tecidos naturais em miniatura, é capaz de imitar funções que mudam de uma espécie animal para a humana, permitindo resultados mais assertivos em pessoas e maior conhecimento sobre como doenças e medicamentos podem interagir individualmente.

Porém, a mudança total nos testes em animais deve acontecer de forma gradual e completa ao longo dos próximos anos, já que algumas fases de medicamentos específicos ainda exigem essa etapa.

A tecnologia permite, então, resultados mais precisos para cada tipo de doença, como renais e pulmonares, sem usar excesso de animais vivos, em um tempo menor para a chegada dos medicamentos ao mercado.

Órgãos em chips no mercado

A Wyss Institute da Universidade de Harvard, centro de pesquisa e desenvolvimento, criou 15 modelos microfisiológicos de órgãos humanos vivos (pulmão, fígado, intestino, rim, pele, medula óssea e sistema reprodutor com útero) e ainda mostrou ser possível ligar até dez órgãos diferentes em um único chip para entender como eles se relacionam.

Pesquisadores desse mesmo instituo também lançaram, em 2014, a Emulate, Inc., para desenvolver e comercializar a tecnologia no mercado. Agora, a empresa de biotecnologia conduz pesquisas sobre uma variedade de doenças humanas e os possíveis tratamentos, como gripe, desnutrição, Covid-19 e exposição à radiação.

Primeiro órgão em chip

Há pouco mais de duas décadas, o químico Suichi Takayama (atual professor da Georgia Research Alliance Eminent Scholar, nos Estados Unidos) mostrou que colocar órgãos em um chip era possível.

Foi observando os vírus e males do fumo no pulmão que ele, ao lado do então aluno e futuro bioengenheiro Dan Huh, obteve um pulmão em chip, considerado o primeiro OOC.

Fonte: CNN

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