Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Lolita – a orca que passou 45 longos anos em cativeiro – não será libertada, de acordo com anúncio do Miami Seaquarium.
Trata-se da Orca mais velha mantida em confinamento, privada a vida toda da sua liberdade, e o pior: no menor tanque dos EUA. Lolita foi capturada com apenas quatro anos de idade em 1970 e vive aprisionada desde então em um espaço minúsculo.
As orcas são animais bastante sociáveis em seu habitat, mas Lolita perdeu seu companheiro em 1980 e teve que suportar a solidão.
Depois que o SeaWorld anunciou que não criará mais orcas em cativeiro na semana passada, o Seaquarium soltou uma nota dizendo que a situação de Lolita continuará a mesma, de acordo com matéria do The Dodo.
“Vamos continuar comprometidos com a educação, conservação e apreciação das espécies marinhas, incluindo nossa residente Lolita [sic]”, declarou Andrew Hertz, gerente geral do Miami Seaquarium. “Todos os animais do parque têm um papel importante na missão de educar o público sobre a conservação do ambiente marinho”, completou, ignorando que a crueldade do confinamento já anula qualquer empatia da parte do Aquário ou do público em relação aos animais.
A declaração condena Lolita a viver o resto dos seus dias enclausurada em sua pequena cela, apesar de todos os apelos dos ativistas pelo direitos animais para que ela seja libertada.
Além de confinar orcas, o Seaquarium também as obriga a fazer apresentações ao público e alega que são “atividades educacionais sobre o comportamento dos animais”. De acordo com a Bióloga Marinha Dra. Naomi Rose, os espetáculos estão longe de mostrar os hábitos dos animais e são extremamente cruéis. Em um dos números, as Orcas “falam pelo espiráculo (abertura dorsal)”, mas na verdade se tratam de ruídos que poderiam ser comparados a arrotos e não de uma forma de comunicação.
Rose também enfatiza que as apresentações do Seaquarium tentam mostrar o habitat natural das Orcas como um local terrível, levando o público a acreditar que estão mais seguras confinadas em um discurso controverso e desonesto.
Locais como o SeaWorld e Seaquarium se aproveitam da legislação negligente que permite o confinamento de mamíferos marinhos sob o argumento da “educação”, regulada pela MMPA (National Oceanic and Atmospheric Administration under the Marine Mammal Protection).
Se o cenário não mudar, o futuro de orcas como Lolita permanece nas mãos do Seaquarium, que lucrará o quanto puder às custas do sofrimento do animal até seus últimos dias.
Nota da Redação: O argumento da “educação” ainda é o mais utilizado por zoológicos e parques que aprisionam animais, como se o público pudesse desenvolver compaixão observando animais presos e longe de seu habitat natural. Pior ainda, obrigados a fazer truques que vão totalmente contra seu comportamento natural, impostos por treinamentos cruéis. É óbvio que a única motivação desses locais é o lucro, e a história de Lolita prova que não existe nenhum argumento capaz de justificar tamanha violação aos direitos animais.