Ameaçados pelo desmatamento das florestas tropicais indonésias, que são seus habitats naturais, para transformação em terras agrícolas, plantações de óleo de palma e desenvolvimento urbano, os orangotangos enfrentam também outros riscos à sua sobrevivência, como o tráfico para o mercado de animais domésticos.
Um exemplo desse mercado cruel é o orangotango bebê do sexo feminino que era mantido como animal doméstico e vivia amarrado a uma árvore pelo pescoço. O filhote foi finalmente resgatado após passar a vida toda preso, segundo informações do Daily Mail.
As filmagens foram feitas por uma equipe do International Animal Rescue (IAR), que foi alertada sobre a situação do orangotango no distrito de Sungai, na Indonésia.
No vídeo, dois barcos correm pela água enquanto se dirigem para a remota vila.
Quando chegou, a equipe de resgate encontrou o macaco de um ano chamado Kenaya amarrado a uma árvore próxima por uma corda enrolada em sua garganta.
Nas imagens pode-se ver um voluntário que fica no pé da árvore e consegue persuadir Kenaya a vir até ele.
Ele então lentamente a afasta da casa de seu tutor, que se acredita ser um homem chamado Yance.
Kenaya senta-se pacientemente nos braços de um membro da equipe de resgate, enquanto eles realizam alguns exames médicos preliminares e ouvem o batimento cardíaco dela.
Eles cuidadosamente removem a corda do pescoço de Kenaya enquanto um socorrista segura a mão da orangotango.
Ela então é alimentada com leite de uma garrafa e suas feridas são limpas e tratadas.
A equipe de resgate a colocou dentro de uma caixa de madeira e a levou pela vila para levá-la até um dos barcos.
Ela é transportada diretamente para o centro de reabilitação de orangotangos do IAR em Ketapang, também na Indonésia.
Kenaya foi diagnosticado com uma doença de pele e também há suspeitas de uma possível infecção respiratória, mas a ONG afirma que ela está em condição estável.
Espécie Ameaçada
Um século atrás, havia mais de 230 mil orangotangos vivendo em todo o Sudeste Asiático, revela o World Wildlife Fund.
Hoje, esse número encolheu para 41 mil em Bornéu e 7.500 em Sumatra, os únicos lugares onde eles podem ser encontrados.
E a situação só tende a piorar, números alarmantes mostram que a população de orangotangos está caindo 25 por dia. Medidas urgentes e de conscientização precisam ser tomadas em uma tentativa de salvá-los da extinção, destino que os aguarda inclemente caso o homem continue com sua implacável e gananciosa marcha da destruição.
Eles permanecem sob constante ameaça, já que grandes áreas de floresta tropical foram destruídas para serem transformadas em terras agrícolas, plantações de dendê e desenvolvimento urbano.
O óleo de palma é usado em uma grande variedade de alimentos – de sorvete a pizza, pão a chocolate – além de cosméticos, detergentes e biocombustível.
Mas antes do início da plantação, os incêndios são normalmente iniciados para limpar a terra.
Muitos ficam sem controle e florestas vizinhas são incendiadas, matando orangotangos presos no dossel.
Em 1997 e 1998, os incêndios florestais devastaram Bornéu e Sumatra.
Um terço de toda a população de orangotangos morreu no desmatamento e na seca que devastou as ilhas.
Muitos orangotangos que escaparam dos incêndios acabaram nas plantações e nas aldeias – com fome e buscando alívio do inferno por trás deles.
Famintos, cansados, feridos ou doentes, eles eram presas fáceis para os caçadores que os matavam com o objetivo de vender carne dos adultos ou capturam os filhotes para colocar os bebês à venda.
Mães foram massacradas e seus filhos foram retirados a força de seus corpos mortos ou moribundos para serem vendidos no comércio ilegal de animais domésticos.
E este foi apenas um dos exemplos bárbaros do desprezo insensível do homem por essas belas e inteligentes criaturas.
Agora, instituições de proteção da vida selvagem exigem que a população aja para proteger seus habitats. Caso contrário, esses seres sencientes que habitam a selva podem se perder para sempre.
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