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CRIME

Operação investiga esquema de tráfico de animais silvestres em municípios do Rio de Janeiro

Entre aves, cervos, iguanas e primatas, estavam macacos da espécie prego-de-crista, que é ameaçada de extinção

16 de março de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação | Polícia Federal

Polícia Federal inicia uma operação para acabar com um grupo criminoso que realiza tráfico de animais silvestres, com espécies ameaçadas de extinção entre eles. A ação chamada de Defaunação cumpre 20 mandados de busca e apreensão, e três mandados de prisão preventiva em municípios do Rio de Janeiro, como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.

Segundo informações, o grupo contava com participação de servidores do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, e era liderado por um bombeiro militar. Mais uma estudante universitária e dois veterinários estavam envolvidos.

A apuração revelou que os criminosos atuavam de maneira metódica ao capturar os animais silvestres, recebendo ajuda de caçadores. Esses animais eram mantidos em cativeiros e depois vendidos por meio das redes sociais, por valores que iam de 20 mil até 120 mil reais.

Entre as estratégias do grupo estava o ato de fraudar cadastros para os animais em sistemas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), como o Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna) e o Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).

Os valores dos animais dependiam da espécie e se eles possuíam o documento fraudado. A estimativa é de que o esquema criminoso movimentou no mínimo 2,4 milhões de reais, mas os investigadores acreditam que o lucro pode ter ultrapassado 14 milhões de reais.

Entre as espécies traficadas estavam araras, papagaios, cervos, iguanas, pássaros e macacos. O macaco-prego-de-crista (Sapajus robustus), uma das espécies comercializadas, está ameaçado de extinção.

Os criminosos responderão pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Somadas, as penas podem chegar a 58 anos de prisão.

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