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ONU cria iniciativa para monitorar clima e camadas de gelo nas regiões polares

17 de maio de 2017
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Com o número relativamente baixo de informações disponíveis sobre as regiões polares da Terra que representam riscos para as pessoas e o meio ambiente – a agência meteorológica da ONU iniciou um esforço internacional de dois anos para acabar com as lacunas na capacidade de previsão polar e melhorar a segurança ambiental do planeta.

Camadas de gelo
Foto: Reprodução, ONU

As condições polares têm sido drasticamente alteradas, afetando o clima em todo o mundo, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que lançou um plano chamado Ano da Previsão Polar, cujo objetivo é melhorar as previsões sobre o tempo, o clima e as condições do gelo no Ártico e na Antártida.

“Devido às teleconexões, os pólos influenciam as condições meteorológicas e climáticas em latitudes mais baixas, onde vivem centenas de milhões de pessoas”, alertou o Secretário-Geral da OMM, Petteri Taalas.

“Acredita-se que o aquecimento das massas de ar do Ártico e a redução do gelo marinho prejudicam a circulação oceânica e estão potencialmente relacionados a fenômenos extremos como períodos de frio, ondas de calor e secas no hemisfério norte”, acrescentou.

Com a ajuda de dados de centros de previsão operacionais, os cientistas irão observar, modelar e melhorar as previsões dos sistemas climáticos com o intuito de aprender mais sobre as mudanças climáticas nos polos e melhorá-las.

Com o Ano da Previsão Polar, serão acrescentados períodos especiais de observação para melhorar o número de observações de rotina, por exemplo, por lançamentos de balões meteorológicos boias de navios de pesquisa para medir as condições atmosféricas e oceanográficas.

Mudança climática nos pólos

Os efeitos das emissões mundiais de gases de efeito estufa, uma das principais causas do aquecimento global, são percebidos mais intensamente na região polar do que em qualquer outro local.

De acordo com a OMM, tanto o Ártico como a Antártica se aquecem duas vezes mais rápido do que o resto do mundo, provocando o derretimento de geleiras, bancos de gelo e da cobertura de neve. Os ecossistemas da vida selvagem e as populações indígenas já têm sentido o impacto das mudanças climáticas, divulgou a ONU em seu site.

“A extensão máxima do gelo do mar ártico após o período de resfriamento do inverno em março foi a mais baixa registrada por causa de uma série de ondas de calor. A extensão mínima do gelo do mar na Antártida após o derretimento mais recente do verão no hemisfério sul também foi a menor reportada”, explicou Thomas Jung do Centro de Investigação Polar e Marinha, do Instituto Alfred Wegener Helmholtz, e presidente do Comitê Diretor do Projeto de Previsão Polar.

“A taxa e as implicações da mudança ambiental polar têm deixado nosso conhecimento científico no limite”, destacou.

A OMM prevê ainda que as mudanças visíveis nas condições meteorológicas, climáticas e de gelo nos pólos tem gerado um aumento das atividades humanas, tais como o transporte, o turismo, a pesca e a exploração e extração de recursos naturais.

“O aumento esperado na atividade ocorre com sua própria parcela de riscos para o meio ambiente e a sociedade, incluindo os meios de subsistência tradicionais indígenas. Os mares polares repletos de gelo são um desafio para a navegação enquanto os vazementos de petróleo podem ser catastróficos”, esclareceu Taalas.

“As informações precisas sobre o tempo e o gelo marinho são cada vez mais vitais para melhorar a gestão da segurança nas regiões polares e além delas”, concluiu o líder da OMM.

As atividades polares e de altas montanhas estão entre as prioridades estratégicas da OMM devido ao crescente impacto das alterações climáticas originárias das emissões de gases de efeito estufa.

O Ártico e a Antártida estão atualmente entre as regiões mais mal observadas do mundo. A escassez de dados, juntamente com as restrições dos modelos, impactam a qualidade das previsões, enquanto a insuficiência de informações sobre o clima polar também prejudica a qualidade das previsões meteorológicas em outras partes do mundo.

A ONU espera que os avanços na previsão polar gerem melhores previsões meteorológicas e climáticas tanto para as regiões polares como para países densamente povoados de outras partes do mundo.

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