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ONGs lutam para impedir as corridas de touros nos EUA

20 de março de 2014
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: One Green Planet
Foto: jrazzaq/Flickr

O termo “Corrida de Touros” (Running of the Bulls) evoca imagens do evento mundialmente famoso em Pamplona, ​​na Espanha. Dezenas de touros, cada um pesando mais de uma tonelada, são violentamente provocados para correr por uma via estreita na velocidade de até 60 km/h, com seres humanos frequentemente embriagados correndo pela pista com eles. A tradição histórica é extremamente perigosa, antidesportiva e cruel, mas isso não impediu que grupos replicassem o evento na França, em Portugal, no México e até mesmo nos Estados Unidos. As informações são do One Green Planet.

Um festival itinerante chamado “Great Bull Run” promove atividades de corridas de touros nos Estados Unidos, embora muitos tenham sido proibidos devido a preocupações das autoridades com a saúde pública e com a segurança. O Great Bull Run ocorreu ano passado em locais como o Texas e está com eventos programados para o norte e o sul da Califórnia, para 21 de junho e 26 de julho respectivamente, mas organizações sem fins lucrativos como a ALDF (Animal Legal Defense Fund) e o PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) estão fazendo campanhas para que esses eventos sejam cancelados antes do verão.

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De acordo com um comunicado à imprensa, as duas ONGs entraram com uma ação contra o Great Bull Run no Tribunal americano. O processo alega que as corridas de touros violam tanto a lei anti-crueldade da Califórnia quanto a lei contra concorrência desleal (“Unfair Competition”). O caso parece facilmente passível de obter ganho de causa: as leis do estado da Califórnia consideram claramente ilegal colocar um touro para lutar com um ser humano, bem como “submeter qualquer animal a sofrimento desnecessário”, e promover e apresentar touros em  “touradas sem derramamento de sangue”. Essa ação é a primeira a ser movida para impedir o Great Bull Run, apesar do clamor nacional generalizado, das condenações por veterinários e ativistas, e de três internações por ferimentos relacionados à corrida em eventos passados.

“Pessoas compassivas de todo o mundo percebem que é cruel forçar animais em pânico a correr por uma pista, atropelando outros animais ou pessoas e potencialmente ferindo-se no processo”, disse Delcianna Winders, do PETA. “Este evento não é seguro, é antidesportivo e anti-americano e, no estado da Califórnia, o PETA afirma que também é ilegal”.

Stephen Wells da ALDF concorda, acrescentando: “Estes eventos mostram grande desrespeito ao bem-estar animal em busca de uma emoção barata e de lucro. Para o bem-estar dos touros, bem como para a segurança do público, nós estamos pedindo ao tribunal para parar o Great Bull Run”.

Mas não são apenas os ativistas que se opõem às corridas. Veterinários especialistas em bovinos confirmaram que esses eventos são extremamente estressantes para os touros, e apresentam risco substancial de sofrimento e danos.

Segundo os ativistas, não é possível entender por que os americanos gostariam de importar este evento sádico quando até mesmo Barcelona, ​​antiga capital de touradas do mundo, parece estar adquirindo consciência e está começando a tomar medidas para proibir a crueldade contra esses animais.

 Nota da Redação: No Brasil é praticada a Farra do Boi no sul do país, principalmente em Santa Catarina na época da Páscoa. O evento começa quando o boi é solto e perseguido pelas ruas por homens, mulheres e crianças, enlouquecidos e em sua maioria embriagados, munidos de paus, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes, pedras, espetos e, que atinge o auge, quando o animal exausto, tomba. Muitas vezes o boi, no desespero de fugir, corre em direção ao mar e acaba se afogando.

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