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O ativismo eficiente: tudo conta... conte tudo!

19 de julho de 2010
5 min. de leitura
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No artigo prévio, escrevi que parei de fazer coisas que não funcionavam bem com a minha meta de ajudar os animais. Na realidade, quem sabe o que funciona bem ou não? Porque nunca sabemos se uma pessoa vai ouvir o que dizemos ou ver o que mostramos ou ler o material que temos e espalhar a informação de uma maneira ainda mais eficiente para realmente ter uma influência grande. É bem difícil saber se o nosso esforço tem um impacto grande ou pequeno. Mas é preciso, com um limite de recursos, ter alguma ideia realista disso, se queremos ser eficientes como ativistas.

Primeiro, é importante ter um método para capturar essa informação de maneira a sermos mais eficientes no nosso ativismo. Pode ser alguma coisa formal ou pode ser informal, mas o importante é estabelecer alguns parâmetros. A princípio, pode-se pensar: “Por que preciso saber tal e tal coisa?”, mas, no final, qualquer informação poderá ser útil para indicar se deve-se continuar com esse tipo de ativismo ou se deve parar. Por exemplo, ao realizar um evento (jantar vegano, reunião, mesa com informação para dar ao público, site na internet etc.), antes de tudo, estabeleça uma maneira de quantificar a informação entre este evento e um no futuro (ou um evento comparado com outro evento). Pode-se fazer uma lista de quantas pessoas foram convidadas comparando com quantas apareceram. Se for utilizar literatura sobre o veganismo (ou qualquer assunto), sempre conte os folhetos para ver quantos foram tomados da mesa.

Tem muitas razões pelas quais as pessoas são vegetarianas/veganas: a saúde, os direitos/contra sofrimento dos animais, o meio ambiente, a religião etc. Dependendo da razão, tem várias estratégias que se podem empregar, mas, acima de tudo, devem-se fazer algumas coisas em comum:

1. Faça uma lista de pessoas e indique qual assunto tem interesse (saúde, animais domésticos, direitos dos animais, meio ambiente etc.).

2. Conte o material (os folhetos, papéis, livros etc.) que vai distribuir antes e depois de qualquer evento em que tenha uma mesa de publicações, para saber qual é mais popular.

3. Sempre coloque o endereço do seu site ou seu telefone de contato no material distribuído.

4. Ao disponibilizar um site na internet, gerencie as estatísticas dele. Compare as visitas ao seu site depois de cada evento para ver se teve mais ou menos visitantes (alguns servidores/domínios oferecem esta informação, mostrando exatamente quais são as páginas mais visitadas ou mais populares, e ainda como o visitante navega no site.

5. Em cada evento, ofereça uma oportunidade para a pessoa se envolver mais: sempre planeje bem para ter folhetos ou anúncios de eventos. Por exemplo, se oferecer um jantar, distribua cópias de um anúncio de uma reunião (com a hora, o endereço, um mapa, e a agenda (uma lista dos tópicos e quantos minutos vai falar de cada um). Apresente publicações sobre o veganismo. Quando quiser motivar uma pessoa a mudar, uma coisa que realmente influencia é algo escrito e lido.

6. Conheça bem outros grupos, organizações, ONGs (podem ser físicos ou virtuais). Compartilhe informações para aprender mais. Isto não significa que você tenha que assumir mais uma responsabilidade (concentre-se no que é importante a você — a sua própria causa), mas sempre é bom conhecer mais pessoas de outros grupos para uma ajuda mútua. Também, se você conheça alguém que parece ter um interesse em um assunto diferente do interesse, pode dar a ela o nome do grupo ou do site.  Por exemplo, meu enfoque não é com os animais abusados em circos (embora isto seja superimportante), mas conheço um grupo que tem como propósito principal combater o abuso dos animais em circos. Quando falei com uma pessoa que queria saber mais sobre esse assunto, compartilhei com ela informações e o nome da diretora desse grupo.

7. Colabore com outros grupos, ONGs, organizações. É difícil demais fazer tudo, saber tudo, e fazer qualquer coisa que seja com um grupo pequeno de pessoas. Sempre é melhor colaborar. Pode ser ajudando um grupo que pareça totalmente oposto. Por exemplo, quando queria ajudar a impedir legislação que autorizava o direito de ter companhias internacionais de porcos no meu estado, colaborei não só com grupos dos direitos dos animais, mas também com grupos do meio ambiente (embora muitas dessas pessoas comam produtos que contêm carne de porco, eles combatiam a poluição da água e do ar, então nos ajudamos para mudar a lei e, ultimamente, as companhias de Smithfield não entram no nosso estado).

8. Decida qual vai ser o seu assunto principal, mas, ao mesmo tempo, aprenda mais sobre a maneira como tudo está conectado. É importante aprender e saber sobre os fatos. É também importante saber informações do “outro lado”. Saber as vantagens e desvantagens pode ajudar a falar melhor como uma autoridade do assunto. Ao mesmo tempo, sempre tenha coragem de admitir que não é uma autoridade e falar do coração. Por exemplo, quando falei de frango, falei com a informação que tinha sobre a minha experiência como tradutora no congresso de frango e ovos. Falei com muitas pessoas dentro do congresso avícola e aprendi, porque decidi perguntar e ter a paciência (e autocontrole) de ouvir as respostas, aprendendo mais. Em vez de ter uma postura contra eles, ou interromper e dizer o que eu estava pensando, decidi esperar e deixar a pessoa falar. Foi difícil ouvir as respostas às minhas perguntas (tais como: “Quantas galinhas podem caber nesta jaula?” ou “Quantos frangos podem ser mortos por minuto com esta máquina?” ). As pessoas responderam porque elas não sabiam que eu era ativista. Falei com essas pessoas porque queria entender bem a indústria avícola. Foi difícil, e chorei depois na privacidade do meu quarto, mas valeu a pena obter as informações. Por causa disso, hoje em dia, sou muito mais capaz de contar a realidade dos bastidores (e atrocidades) desta indústria.

9. Estabeleça um grupo. Pode ser que comece só com você e alguns amigos num restaurante vegetariano/vegano. Escolha um dia e uma hora convenientes e una-se com outras pessoas que compartilhem o seu interesse. Pode ser que o grupo não fique grande, mas é sempre bom colaborar, fortalecer as amizades, e ser mais sociável.

10. Seja um bom exemplo. Viva de uma maneira que outras pessoas queiram imitar. Divirta-se. Lembre-se que, com tanto sofrimento no mundo e tantos problemas, o que não vai ajudar os animais é você ficar deprimido ou sem energia para ajudar. Energia positiva cresce, expande e fortalece o bem.

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