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BASTIDORES

Não existem ovos éticos: investigação expõe crueldade em fazendas de criaçao "sem gaiolas"

28 de março de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Projeto Justiça Animal

Uma investigação recente lançou luz sobre a realidade por trás dos ovos “caipiras” no Reino Unido, destacando sérias preocupações sobre o bem-estar animal.

A organização vegana Animal Justice Project realizou uma investigação em várias fazendas produtoras de ovos livres de gaiolas no país. Estas fazendas, certificadas pela RSPCA e membros da British Free Range Egg Producers Association (BFREPA), são fornecedoras importantes para os principais supermercados.

Os resultados da investigação foram descritos como “profundamente preocupantes”. Dezenas de milhares de galinhas foram encontradas amontoadas em celeiros escuros, vivendo em condições deploráveis, cercadas por corpos e esqueletos de aves falecidas. Fotos e vídeos revelaram casos de bullying, incluindo uma galinha sendo morta por bicadas diante das câmeras. Muitas aves estavam cobertas de sangue, com lesões esportivas, e algumas sequer tinham acesso a comida e água.

Além disso, muitas aves não tinham acesso adequado ao ar livre, violando as diretrizes da RSPCA. Imagens de drones mostraram que os pássaros não foram deixados ao ar livre nos dias em que foram filmados.

O conceito de “caipira” refere-se aos ovos provenientes de galinhas que supostamente têm acesso ao exterior. Representando cerca de 60% dos ovos vendidos no Reino Unido, esses ovos são frequentemente associados a uma imagem de bem-estar animal. No entanto, a realidade é bem diferente.

As galinhas poedeiras modernas são criadas seletivamente para produzir o maior número possível de ovos, o que tem um grande impacto em sua saúde. Muitas vezes sofrem com ossos quebrados devido a deficiências de cálcio e, quando param de produzir ovos, são mortos.

Embora o rótulo “caipira” exija que as galinhas tenham acesso ao ar livre, muitas vezes elas passam a maior parte de suas vidas em celeiros superlotados, sem espaço para se movimentar. A investigação mostrou que as diretrizes mínimas para ovos “caipiras” frequentemente não são cumpridas pelas fazendas.

Essa investigação surge em um momento crucial, já que todos os principais supermercados do Reino Unido se comprometeram a vender apenas ovos livres de gaiolas em breve. No entanto, o Animal Justice Project ressalta que rótulos de bem-estar, como “free-range”, muitas vezes não garantem o tratamento ético dos animais.

Para Tayana Simons, ativista do Animal Justice Project, é fundamental que o público entenda que essas certificações não asseguram o bem-estar dos animais. A única maneira de proteger os animais é optando por não consumir produtos de origem animal.

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