O músico e ativista vegano, Morrissey, pediu publicamente à empresa de moda Canada Goose que “pare de matar animais para fazer casacos”.
O cantor inglês, que está prestes a embarcar em uma turnê no país, escreveu para o diretor executivo da empresa, Dani Reiss, pedindo que ele “faça a escolha ética mais correta e pare de utilizar pele de coiote e penas de gansos” nos casacos da marca.
Ativistas da ONG PETA vão acompanhar Morrissey em sua turnê, coletando assinaturas de fãs, para uma petição que pede à companhia de roupas que “abandone o uso de peles e penas”.
Carta vegana
“A Canada Goose reviveu quase que sozinha a cruel indústria de armadilhas, na qual os animais presos podem sofrer por dias e tentar roer seus próprios membros antes que o caçador volte para espancá-los até a morte”, escreveu Morrissey na carta.
“Nenhum adorno de moda vale esse tipo de sofrimento. E os gansos são confinados em gaiolas apertadas e carregados por centenas de quilômetros para serem mortos, sob todas as condições climáticas possíveis, antes de serem pendurados de cabeça para baixo e terem suas gargantas cortadas – muitas vezes enquanto ainda estão conscientes – dessa forma suas penas podem ser enfiadas em jaquetas e casacos”, dizia o texto da carta.
“Essa faixa ou gola de pelo de coiote não mantem ninguém aquecido, e há uma abundância de materiais isolantes superiores que podem substituí-los, compostos de todo tipo de coisa, de lã biodegradável a cascas de coco. É por isso que outros fabricantes de roupas, incluindo For All Kind, Save the Duck e HoodLamb não usam mais com peles e penas em seus produtos”, conclui Morrisey na carta.
Morrissey e controvérsia
Morrissey enfrentou muita controvérsia em razão de alguns de seus pontos de vista nos últimos anos, por opiniões e declarações feitas por ele, como a que ele chamou os chineses de “subespécie” e classificou a carne halal como “algo maléfico”.
Em uma entrevista em 2018, o cantor ridicularizou o prefeito de Londres, Sadiq Khan, por seu sotaque, dizendo que “ele não era capaz de falar corretamente”.
Essas opiniões levaram alguns veganos a criticar o cantor, incluindo o proeminente blogueiro vegano e promotor de eventos Fat Gay Vegan, que escreveu um post sobre o cantor após a entrevista de 2018 dizendo: “A dedicação de Morrissey em salvar os animais não lhe dá um passe livre para promover o [partido político de extrema-direita] pela a Grã-Bretanha. Eu ainda escuto, ocasionalmente, músicas antigas dos Smiths e de Morrissey, mas a menos que ele mude radicalmente sua linguagem chula e as opiniões preconceituosas que ele promove, eu nunca comprarei outro lançamento musical ou ingresso de concerto até o dia que eu morrer”, disse o blogueiro vegano.
“Eu não sei se Morrissey é pessoalmente racista e nem estou declarando que ele seja. Estou afirmando apenas que não apoiarei um artista que usa seu discurso associado a políticos de extrema-direita que, na minha opinião, está repleta de racismo. Eu também continuarei a me opor a todas as pessoas que fazem o mesmo”, conclui Fat Gay.