Por David Arioch
“Não estamos no caminho para cumprir metas de mudanças climáticas e conter aumentos de temperatura”, informou recentemente o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas.
“Concentrações de gases causadores do efeito estufa estão novamente em níveis recordes e, se a tendência atual continuar, podemos ver aumentos de 3 a 5 graus Celsius até o fim do século”, afirmou.
Dados de cinco órgãos que monitoram de forma independente as temperaturas globais e que formaram a base do relatório anual mais recente da OMM indicam que 2018 foi o quarto ano mais quente já registrado.
“Vale repetir que somos a primeira geração a entender completamente as mudanças climáticas e a última geração capaz de fazer algo sobre isso”, disse Taalas.
Os comentários do secretário-geral da OMM apoiam as descobertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Em seu relatório sobre aquecimento global de 1,5°C, o órgão concluiu que a temperatura média global na década anterior a 2015 era 0,86°C acima dos níveis pré-industriais.
Entre 2014 e 2018, no entanto, esta média cresceu para 1,04 °C acima da base pré-industrial, disseram especialistas do IPCC.
“É mais do que apenas números”, afirmou a vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova, destacando que “cada fração de um grau de aquecimento faz uma diferença à saúde humana e ao acesso a água fresca e comida”.
A extinção de muitos animais e plantas também está ligada ao aquecimento global, assim como a sobrevivência de recifes de corais e da vida marinha.
“Isto faz uma diferença à produtividade econômica, segurança alimentar e para a resiliência de nossas infraestruturas e cidades”, declarou Elena.
E acrescentou: “Isto faz uma diferença à velocidade de derretimento de geleiras e fornecimento de água e ao futuro de ilhas e comunidades costeiras. Cada porção extra importa.”
O relatório da OMM é parte das evidências científicas que foram usadas em 14 de dezembro em Katowice, na Polônia, durante a Conferência do Clima.