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Mundo não está a caminho de frear mudanças climáticas

6 de maio de 2019
2 min. de leitura
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Por David Arioch

Agropecuária, apontada por muitos pesquisadores como uma das principais responsáveis pelo aquecimento global (Acervo: Deforestation Amazonia)

“Não estamos no caminho para cumprir metas de mudanças climáticas e conter aumentos de temperatura”, informou recentemente o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas.

“Concentrações de gases causadores do efeito estufa estão novamente em níveis recordes e, se a tendência atual continuar, podemos ver aumentos de 3 a 5 graus Celsius até o fim do século”, afirmou.

Dados de cinco órgãos que monitoram de forma independente as temperaturas globais e que formaram a base do relatório anual mais recente da OMM indicam que 2018 foi o quarto ano mais quente já registrado.

“Vale repetir que somos a primeira geração a entender completamente as mudanças climáticas e a última geração capaz de fazer algo sobre isso”, disse Taalas.

Os comentários do secretário-geral da OMM apoiam as descobertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Em seu relatório sobre aquecimento global de 1,5°C, o órgão concluiu que a temperatura média global na década anterior a 2015 era 0,86°C acima dos níveis pré-industriais.

Entre 2014 e 2018, no entanto, esta média cresceu para 1,04 °C acima da base pré-industrial, disseram especialistas do IPCC.

“É mais do que apenas números”, afirmou a vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova, destacando que “cada fração de um grau de aquecimento faz uma diferença à saúde humana e ao acesso a água fresca e comida”.

A extinção de muitos animais e plantas também está ligada ao aquecimento global, assim como a sobrevivência de recifes de corais e da vida marinha.

“Isto faz uma diferença à produtividade econômica, segurança alimentar e para a resiliência de nossas infraestruturas e cidades”, declarou Elena.

E acrescentou: “Isto faz uma diferença à velocidade de derretimento de geleiras e fornecimento de água e ao futuro de ilhas e comunidades costeiras. Cada porção extra importa.”

O relatório da OMM é parte das evidências científicas que foram usadas em 14 de dezembro em Katowice, na Polônia, durante a Conferência do Clima.

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