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Mudanças climáticas tornarão Sul da Ásia inabitável até 2100

7 de agosto de 2017
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Mudanças climáticas
Foto: American Museum of Natural History

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo, publicado na revista Science Advances, descobriram que 4% da população do Sul da Ásia deverão experimentar condições de temperatura e umidade nas quais os seres humanos são incapazes de sobreviver sem ar condicionado até 2100. Três quartos da população viverão em condições ambientais consideradas perigosas, mesmo que não sejam totalmente inviáveis.

Os efeitos do aumento de temperatura sem controle se estenderão para além das preocupações. Como os trabalhadores serão incapazes de permanecer ao ar livre por longos períodos de tempo, a economia da região e a produção agrícola terão queda, dizem os especialistas.

“Com a interrupção da produção agrícola, a própria onda de calor não é o que mata as pessoas”, explica o autor do estudo Elfatih Eltahir, professor de engenharia civil e ambiental no Massachusetts Institute of Technology, em um comunicado para a imprensa.

Atualmente, temperaturas extremas insalubres no sul da Ásia – uma região que inclui a Índia, o Paquistão e Bangladesh – afetam em torno de 15% da população da região. Uma série de extremos e mortais eventos meteorológicos na região mostra essa realidade, incluindo uma onda de calor de 2015 que provocou a morte de mais de 2.500 pessoas.

Os pesquisadores observam que o cenário desastroso poderia ser evitado se os países cumprirem seus compromissos de evitar que as temperaturas subam mais de 2 ° C até o ano de 2100. Esse objetivo, incluído no Acordo de Paris de 2015 sobre mudanças climáticas, provavelmente será difícil  de atingir sem esforços cada vez mais ambiciosos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O sul da Ásia ocupa o topo das listas das regiões mais ameaçadas, mas está longe de ser o único local onde os cientistas dizem que o aquecimento global pode mudar o tecido social, segundo o Times.

Em um estudo de 2015, divulgado na revista Nature Climate Change, Eltahir descobriu que uma série de cidades do Golfo Pérsico irão alcançar patamares de temperatura igualmente inviáveis até 2100.

“Construímos inteiras infraestruturas com temperaturas específicas em mente. Quando as temperaturas são realmente altas, não temos a capacidade material para lidar com elas”, declarou Matthew T. Huber, professor associado de Geografia na Universidade de Syracuse.

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