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DESTRUIÇÃO AMBIENTAL

Mudanças climáticas podem transformar Amazônia em savana, alerta IPCC

A Amazônia poderá ser devastada por incêndios mais longos e intensos, causados pelo aumento da temperatura, da aridez e das secas

24 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Rhett A. Butler

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que as mudanças climáticas podem transformar a floresta amazônica em savana. Provocada pelas ações humanas, a crise do clima é impulsionada pelo desmatamento, pela emissão de gases poluentes, uso de combustíveis fósseis, entre outros fatores que ameaçam a natureza.

De acordo com especialistas da ONU, as mudanças climáticas ameaçam a vida na Terra de maneira sistêmica, interconectada e em uma escala sem precedentes na história da humanidade.

No relatório produzido pela equipe do IPCC e obtido com exclusividade pela agência de notícias AFP, os cientistas elencam algumas descobertas recentes e alertam para as consequências da crise climática.

De acordo com os pesquisadores, muitos ecossistemas terrestres, de água doce, oceânicos ou costeiros já chegaram perto ou até mesmo estão além dos limites de sua capacidade de adaptação às mudanças climáticas. O relatório lembra ainda que a meta de redução do aquecimento global determinada pelo Acordo Climático de Paris é “muito abaixo” do necessário, o que poderia levar a liberação de toneladas de carbono do solo congelado até 2100, o que aceleraria, por sua vez, o aquecimento, de maneira a intensificar esse ciclo vicioso.

As perspectivas para a vida na Terra, nesse cenário, são perigosas, segundo os cientistas, e as taxas de extinção de espécies estão aumentando drasticamente, sendo estimadas em cerca de mil vezes acima dos dados registrados no século passado. A previsão é de que até 54% de espécies terrestres e marinhas estejam ameaçadas de extinção ainda neste século e que espécies de alta montanha e insulares sejam submetidas a riscos ainda maiores.

Caso a temperatura aumente apenas 2°C, animais polares, como pinguins, focas e ursos, e recifes de coral de água quente, além dos manguezais, serão submetidos a risco severo de extinção.

Com o aumento da temperatura, da aridez e das secas, incêndios florestais serão mais longos em todo o planeta, o que poderá transformar a Amazônia em uma savana, fazendo com que a região passe a ter potencial para liberar carbono. E isso não poderá ser solucionado plantando árvores fora das florestais naturais, como em pastagens e savanas, já que essa ação poderia prejudicar a biodiversidade, aumentando os riscos climáticos.

Se o aquecimento global for limitado a 1,5°C, entre 70% e 90% dos recifes de coral, importantíssimos para os ecossistemas marinhos, devem diminuir e sofrer “perdas mais extensas”.

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