O estudo foi realizado pelo World Wildlife Fund, University of East Anglia e a James Cook University e publicado na terça-feira no jornal Climate Change. Ele adverte que o aumento das temperaturas e os fenômenos associados, incluindo tempestades extremas, chuvas irregulares e secas prolongadas, podem ter consequências desastrosas em alguns dos locais com maior biodiversidade do mundo, incluindo a bacia do rio Amazonas, as ilhas Galápagos, o Sudoeste da Austrália e as costas da Europa e o Caribe.
“Dias mais quentes, períodos mais prolongados de seca e tempestades mais intensas têm sido normais e as espécies em todo o mundo já sentem os efeitos”, declarou Nikhil Advani, principal especialista em clima da WWF.
O estudo examinou o impacto das mudanças climáticas em quase 80 mil espécies de plantas e de animais em 35 das áreas mais diversas do mundo. Três cenários foram testados: um aumento de 2 °C nas temperaturas globais, nível estabelecido pelo Acordo Climático de Paris, um aumento de 3,2 °C nas temperaturas previsto pela ONU para o final do século e um crescimento de 4,5 °C nas temperaturas caso as emissões de carbono permaneçam inalteradas em relação aos números atuais, informa o Time.
Foi descoberto que, se as temperaturas globais aumentassem em 3,2 ° C, 60% da vida vegetal e 50% da vida selvagem na Amazônia estariam vulneráveis. Esse risco aumenta muito se as temperaturas aumentarem em 4,5 °C e seria catastrófico para a flora e a fauna em locais vulneráveis, como as florestas de Miombo, no Sul da África, onde o estudo prevê a perda de 90% de anfíbios e 80% ou mais de mamíferos, plantas e aves.
Os autores da pesquisa propõem dois métodos para reduzir o prejuízo ecológico. Um é a dispersão ou permitir que as espécies migrem para um território novo e menos vulnerável, o que pode diminuir a extinção em uma taxa de 20% a 25% se os aumentos das temperaturas permanecerem em 2 °C. O outro é a mitigação ou a queda emissões de gases de efeito estufa de modo mais ambicioso para minimizar o aumento da temperatura.
